Cidade do Vaticano, 09 jun (RV) - No dia em que o Brasil recorda por decreto
presidencial o seu primeiro ‘Apóstolo’ e em que a liturgia homenageia o Beato Anchieta,
o Programa Brasileiro quer revelar um aspecto futurista e pioneiro deste jesuíta e
missionário: semeando e descobrindo o Evangelho na sabedoria dos índios, José de Anchieta
sabia que a ação evangelizadora da Igreja não devia ser implantada, mas brotada da
terra fértil daquela cultura e de suas tradições. E agiu de conseqüência.
Incentivador
da cultura brasileira, estudioso da língua e dos costumes dos nativos, o enfermeiro,
historiador, poeta e professor percorreu a pé ou em canoas o litoral daquele selvagem
território compondo um vocabulário, escrevendo a primeira gramática em Tupi, mas sobretudo,
anunciando o Evangelho, para fazer dele um princípio que anima, guia e renova as culturas
a partir de seu interior.
José de Anchieta viveu 44 anos em nosso país e morreu
em 9 de junho de 1597, aos 63 anos, em Reritiba, hoje cidade de Anchieta, Estado do
Espírito Santo. O “Apóstolo do Brasil” foi beatificado por Papa João Paulo II em 1980.
Hoje,
a obra missionária junto a novas culturas não é mais marcada pela superioridade cultural
e espiritual, mas pela proximidade, gratuidade e solidariedade para com as lutas e
os projetos de vida de todas as comunidades. E Anchieta já o fazia. Por isso, o Cardeal-Arcebispo
de São Paulo, Dom Pedro Odilo Scherer, afirma que ele representou, para a época, a
vanguarda da inculturação. Ouça: (CM)