EUA: CANDIDATOS AO SACERDÓCIO RESPONDEM QUESTIONÁRIO
Washington, 07 jun (RV) - "Quando fez sexo pela última vez?"... "Gosta de crianças
mais do que de pessoas de sua própria idade?" Toda entrevista para obter um emprego
ou ser aceito em uma instituição tem seus momentos difíceis. Mas nos últimos anos,
a entrevista-padrão para homens que querem se tornar sacerdotes da Igreja Católica
Romana, nos Estados Unidos, passou a incluir questões como essas e outras, ainda mais
complexas.
"Que tipos de experiência sexual você teve?" é outra pergunta
comum. "Você gosta de pornografia?" é outra questão que faz parte do questionário
que o seminarista deve responder. Dependendo das respostas e dos resultados de uma
bateria de testes psicológicos que incluem pedir que o candidato desenhe um ser humano
anatomicamente correto, a entrevista pode se aprofundar.
Isso faz parte
de uma série de obstáculos que os seminaristas devem enfrentar, em consequência da
crise de abusos sexuais que líderes da Igreja decidiram encarar, evitando, em parte,
a entrada de possíveis molestadores nos seminários.
Muitas das questões
visam, todavia, outro ponto igualmente sensível: decidir se candidatos homossexuais
devam ser recusados. Estudos científicos não vêem nenhuma conexão entre a orientação
sexual e os abusos cometidos, mas a Igreja prefere ser cautelosa.
A
preocupação quanto à presença de homossexuais no sacerdócio existe há séculos na Igreja,
mas aumentou nos últimos anos, com as afirmações de estudiosos de que de 25% a 50%
dos padres norte-americanos são gays.
Embora alguns católicos vejam
com bons olhos a aceitação de homens celibatários homossexuais, a Santa Sé divulgou,
em 2008, que "não é suficiente ter certeza de que o candidato seja capaz de manter
abstenção sexual; é preciso também avaliar sua orientação sexual" – determinou a Congregação
para a Educação Católica. (AF)