Moscou, 02 jun (RV) – A visita que o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I fez ao
Patriarca de Moscou, Kirill I, e à Igreja Ortodoxa russa “exprime a comunhão entre
as duas Igrejas ortodoxas” e, portanto, também com a Igreja Católica e isso é “motivo
de grande alegria”. É o que afirma à agência SIR, da Conferência Episcopal Italiana,
Mons. Eleuterio Fortino, do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos,
falando sobre a visita de 10 dias à Rússia realizada pelo Patriarca Bartolomeu e que
se conclui na última segunda-feira.
“O intercâmbio de visitas dos Primazes
ou de suas delegações com os consequentes colóquios e com as celebrações eucarísticas
– observa Mons. Fortino – é um dos modos com os quais as Igrejas ortodoxas exprimem
e vivem a sua comunhão na fé e na solidariedade eclesial”. Isso contribui “para o
revigoramento das suas relações e da cooperação entre as Igrejas ortodoxas. Esse é
um aspecto vital, sobretudo para aquelas Igrejas que saíram de uma situação de limitações
de liberdade por causa de regimes opressivos e que agora reorganizam a sua vida material,
espiritual, cultural e pastoral”.
“A experiência de comunhão – prossegue o
representante do organismo vaticano – dá sustento e solidez. É, portanto, com sincera
alegria e satisfação que recebemos as notícias positivas do encontro entre os dois
Patriarcas de Constantinopla e de Moscou e do maior envolvimento da comunidade eclesial”.
“Isso
significa também – prossegue Mons. Fortino – que foram superadas as causas contingentes,
mas graves, que no recente passado tinham criado tensões entre as duas Igrejas”. “Há
também - acrescenta o prelado - outro motivo de particular interesse. Informou-se
que foi discutido o problema da preparação e da convocação do Concílio de todas as
Igrejas ortodoxas. É de conhecimento de todos que esse é um tema muito importante
para o Patriarcado Ecumênico e para o Patriarca Bartolomeu, em particular.”
O
evento, para o qual se está trabalhando há muito tempo, daria uma contribuição decisiva
à comunhão e cooperação das Igrejas ortodoxas no nosso tempo. “No projeto deste Concílio
está também presente a questão do comportamento das Igrejas ortodoxas em relação ao
mundo cristão”. “Como católico – conclui Mons. Fortino –, olho com simpatia e interesse
para tudo que está ocorrendo entre as igrejas.” A vitalidade das Igrejas ortodoxas
é importante para a Igreja de Cristo no mundo. “Mas é também positiva para a reaproximação
entre católicos e ortodoxos, também para a superação de setores críticos ou reticentes
presentes em várias Igrejas em relação ao caminho ecumênico”. (SP)