2010-06-02 12:24:28

CUBA: PRIMEIRO PASSO DE UM LONGO PROCESSO


Havana, 02 jun (RV) - O Arcebispado de Havana, em Cuba, confirmou ontem a transferência de seis presos políticos a suas províncias de origem, como resultado do diálogo com o governo de Raúl Castro.

Os presos transferidos são Félix Navarro, Antonio Díaz, Diosdado González, Iván Hernández, José Luis García Paneque e Arnaldo Ramos. Com outros 69 opositores, eles foram condenados em abril de 2003, depois de serem acusados de atentar contra a segurança do Estado e a soberania econômica da Nação.

O comunicado destaca que o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega y Alamino, foi informado pelas autoridades destas seis transferências na tarde de terça-feira.

Raúl Castro se reuniu com o Cardeal e com o Presidente da Conferência Episcopal Cubana, Dom Dionisio García, em 19 de maio passado, quando ficou acertada a transferência de 17 presos para suas províncias e o atendimento em hospitais de outros 25 detentos.

A decisão ocorre no momento em que Cuba enfrenta críticas pela morte do preso político Orlando Zapata, em 23 de fevereiro, ao final de uma greve de fome de 85 dias, e pelo jejum voluntário mantido pelo sociólogo dissidente Guillermo Fariñas, internado em um hospital cubano.

Todavia, a notícia foi recebida com cautela por defensores dos Direitos Humanos. O próprio Fariñas classificou a transferência como um "passo louvável, porém insuficiente". Já a líder das Damas de Branco, Laura Pollán, manifestou a gratidão do grupo pelo envolvimento da Igreja Católica como mediadora neste processo.

Em coletiva de imprensa, o Cardeal Ortega y Alamino afirmou que se trata de uma situação ainda não concluída, acrescentando que a Igreja espera que esta medida provoque a libertação dos presos.

O Arcebispo de Havana disse ainda que o diálogo com o Governo cubano não está relacionado com a visita, este mês, do Secretário das Relações com os Estados da Santa Sé, Dom Dominique Mamberti, à ilha caribenha. (BF)







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