Maria, o exemplo mais limpido e o significado mais verdadeiro do caminho da Igreja:
Bento XVI no encerramento do mês de Maio
(1/6/2010) Maria é o exemplo mais límpido e o significado mais verdadeiro do caminho
da Igreja. Estas as palavras de Bento XVI no final da vigília de oração para a conclusão
do mês mariano, ontem á noite nos Jardins do Vaticano. Central foi também a referência
á profunda saudade que o mundo tem de Jesus e o apelo a uma civilização justa e livre.
Referindo-se
à liturgia do dia, que narrava a visita de Maria à sua prima, Isabel, grávida e já
não jovem o Papa sublinhou que nessa visita podemos reconhecer o exemplo mais límpido
e o significado mais verdadeiro do nosso caminho como fiéis, e do caminho da própria
Igreja:
"A Igreja é, por sua natureza, missionária; é chamada a anunciar o
Evangelho em todos os recantos do mundo, e a transmitir a fé a cada homem e mulher,
em todas as culturas."
A viagem de Maria foi uma "autêntica viagem missionária",
a mesma viagem para fora de nós mesmos, para além das nossas limitações – que Cristo
pede a cada um de nós, para darmos testemunho d'Ele, até os confins da Terra.
Maria
permanece com a prima Isabel durante três meses – narra o evangelista Lucas. Ela soubera,
por intermédio do Anjo, que Isabel estava grávida de seis meses. Isabel já não era
jovem e a presença da jovem Maria ao seu lado podia ser-lhe muito útil. Eis porque
Maria foi ter com ela e ali permaneceu: para oferecer-lhe aquela afectuosa proximidade,
aquela ajuda concreta e aqueles serviços quotidianos de que Isabel tanto necessitava.
"Isabel – sublinhou o Papa – torna-se, assim, o símbolo das pessoas idosas
e doentes, de todos aqueles que necessitam de ajuda e de amor. E quantas destas existem,
ainda hoje, nas nossas famílias, nas nossas comunidades e nas nossas cidades!"
Mas
a caridade de Maria não se detém na ajuda concreta, ela vai além; faz com que a prima
encontre Jesus. De facto – narra o evangelista Lucas – logo que viu Maria, o bebé
de Isabel mexeu-se no seu ventre: "É o fulcro e o ápice – disse o Santo Padre – da
missão evangelizadora; é o significado mais verdadeiro e o objectivo mais genuíno
de todo percurso missionário: doar aos homens o Evangelho vivo e pessoal, que é o
próprio Senhor Jesus." "Jesus é o verdadeiro e único tesouro que temos e devemos dar
à humanidade. É d'Ele que os homens e mulheres do nosso tempo sentem a falta, ainda
quando parecem ignorá-Lo ou recusá-Lo. É d'Ele que tem necessidade a sociedade em
que vivemos, a Europa e o mundo inteiro" – frisou Bento XVI.
O Papa concluiu,
sublinhando que devemos viver com alegria e empenho essa extraordinária responsabilidade
que nos é confiada, a fim que a nossa civilização seja, realmente, "uma civilização
na qual reinem a verdade, a liberdade e o amor, pilares fundamentais e insubstituíveis
de uma verdadeira convivência ordenada e pacífica".