ORAÇÃO NA BASÍLICA VATICANA EM EXPIAÇÃO A ABUSOS COMETIDOS POR ALGUNS SACERDOTES
Cidade do Vaticano, 29 mai (RV) - Realizou-se neste sábado, no altar da Cátedra
da Basílica de São Pedro, uma manhã de adoração eucarística e de oração em expiação
aos abusos cometidos por alguns sacerdotes.
Promovida por estudantes das pontifícias
universidades romanas também como gesto de solidariedade a Bento XVI, a iniciativa
foi patrocinada pelo Arcipreste da Basílica Vaticana e Vigário-Geral do Papa para
o Estado da Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri.
Concluída a adoração
eucarística, teve lugar a meditação feita pelo Promotor de Justiça da Congregação
para a Doutrina da Fé. Mons. Charles J. Scicluna, que iniciou sua reflexão partindo
da dura advertência de Jesus, apresentada no Evangelho segundo São Marcos: "Se alguém
escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que lhe prendessem ao pescoço
a mó que os jumentos movem e o atirassem ao mar" (Mc 9, 42).
Mons. Scicluna
repropôs a interpretação que São Gregório Magno deu na Regra Pastoral, no segundo
capítulo da primeira parte, dedicada aos "Requisitos do pastor de almas", intitulado
"Aqueles que em seu modo de viver não cumprem aquilo que aprenderam com o estudo,
não ocupem o lugar do governo das almas".
Ao comentar a frase de Jesus, São
Gregório escreve:
"A mó que os jumentos movem significa aquele árduo retornar
à vida do século, e o profundo do mar indica a condenação eterna. Portanto, quem tendo
se revestido da aparência da santidade prejudica os outros com a palavra e com o exemplo,
teria sido certamente melhor para ele que as suas ações terrestres o tivessem arrastado
à morte quando se encontrava em estado laical, do que as suas funções sagradas o tivessem
indicado aos outros – em sua culpa – como exemplo a ser imitado. Vez que se ao menos
tivesse caído sozinho, o teria atormentado uma pena infernal mais tolerável." (RL)