Questões da mobilidade humana e migrações abordadas pelo Papa, que recordou a importância
da abertura à vida e da defesa da família. Um depoimento do cardeal primaz do Brasil
“Pastoral da mobilidade humana hoje em dia, no contexto da corresponsabilidade dos
Estados e dos Organismos Internacionais” foi o tema da sessão plenária do Conselho
Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, que decorreu nos últimos três
dias no Vaticano. Recebendo nesta sexta-feira os respectivos participantes, o Santo
Padre congratulou-se com “o esforço de construir um sistema de normas compartilhadas
que contemplem os direitos e os deveres do estrangeiro, como também os da comunidade
de acolhimento, tendo em conta, antes de mais, da dignidade da pessoa humana, criada
por Deus à sua imagem e semelhança”.
Bento XVI aludiu a um conjunto de problemáticas
ligadas ao mundo da mobilidade humana, como (citamos) “a entrada ou o afastamento
forçado dos estrangeiros, a fruibilidade dos bens da natureza, da cultura e da arte,
da ciência e da técnica, que a todos deve ser acessível.
“Os ordenamentos
a nível nacional e internacional que promovem o bem comum e o respeito da pessoa encorajam
a esperança e os esforços pela consecução de uma ordem social mundial baseada sobre
a paz, a fraternidade e a cooperação de todos, não obstante a fase crítica que as
instituições internacionais estão a atravessar, empenhadas em resolver as questões
cruciais da segurança e do desenvolvimento, em benefício de todos”.
Se é
verdade que se assiste ao reemergir de instâncias particularistas em algumas áreas
do mundo” – reconheceu Bento XVI, por outro lado não se extinguiu ainda a aspiração,
de muitos, de abater os muros que dividem e estabelecer um amplo acordo, mediante
disposições legislativas e práticas administrativas que favoreçam integração, mútuo
intercâmbio e enriquecimento recíproco.
Quase a concluir, o Santo Padre sublinhou
a necessidade de manter sempre a abertura à vida e de assegurar os direitos da família.
“É evidente que se devem reafirmar, nos diversos contextos, a abertura à vida e os
direitos da família, pois numa sociedade em vias de globalização, o bem comum e o
empenho nesse sentido não podem deixar de assumir as dimensões de toda a família humana,
isto é, da comunidade dos povos e das nações. O futuro das nossas sociedades apoia-se
no encontro entre os povos, no diálogo entre as culturas no respeito das identidade
e das legítimas diferenças. Neste contexto, a família mantém o seu papel fundamental”.
Participou na assembleia o arcebispo de Salvador, cardeal-primaz do
Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, membro deste Conselho Pontifício, que - interpelado
pela colega brasileira Cristiane Murray, explica aos ouvintes da RV qual é o trabalho
do organismo:
……………..
Dom
Geraldo ressalta a actuação da Igreja no acolhimento aos refugiados que chegam de
seus países, muitas vezes via mar: