Nairóbi, 27 mai (RV) - O número de crianças que não frequentam as escolas está
aumentando nos países onde existem conflitos bélicos. É o que emerge do recente relatório
do The Future is Now publicado por Save the Children Alliance. Dos 72 milhões de crianças
sem acesso à educação, em relação aos 115 milhões de 2006, 39 milhões vivem nos países
que foram atingidos pela guerra. “Além de matar e ferir milhões de crianças, os conflitos
obrigam milhões de famílias a deixarem suas casas, separam as crianças de suas famílias,
e prejudicam a educação escolar, lê-se em uma nota, de Save the Children Alliance.
Na
Libéria, 73% das crianças não frequentam escolas, na Somália 81% não têm acesso à
instrução. Nas províncias do Afeganistão, Uruzgan, Helmand e Badges, 80% não possuem
algum direito à educação. Além disso, os conflitos atingem a educação de vários modos.
Na Província equatorial da República Democrática do Congo, por exemplo, os
pais, preocupados, preferem manter os filhos em casa, porque a maior parte dos homens
armados é constituída por oficiais locais. Na Província de South Kivu, centenas de
crianças abandonaram os exames no mês de abril por causa dos confrontos entre facções
rivais.
No Iêmen, neste mês de maio, os rebeldes ocuparam várias escolas no
estado central de Saada, impedindo milhares de crianças de frequentar as aulas. No
Paquistão, 356 escolas foram destruídas pelas milícias no distrito de Swat. No sul
do Sudão, nos últimos vinte anos de conflito, terminado em 2005, somente 14% das crianças
frequentaram as aulas. Em Angola, pelo menos dois milhões foram inscritas, mas 1,2
milhão resultam ainda fora das escolas; somente 54% conseguem completá-la. O mesmo
ocorre no Iraque, onde 22% das crianças de idade escolar frequentaram as aulas em
2007, 77% das quais, meninas. (SP)