ASSEMBLEIA PLENÁRIA ESTUDA, NO VATICANO, FENÔMENO DA MOBILIDADE HUMANA
Cidade do Vaticano, 26 mai (RV) - Foi aberta na manhã desta quarta-feira, no
Vaticano, a XIX Assembleia plenária do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes
e os Itinerantes, dedicada a estudar o fenômeno da mobilidade humana – em transformação
e em crescimento – para oferecer respostas, em primeiro lugar, à pessoa.
A
Igreja faz uma análise do fenômeno e se interroga sobre a mobilidade humana, chama
em causa a corresponsabilidade dos Estados e das organizações internacionais na administração
dos fluxos migratórios e não só. Sobretudo, recomenda combater toda forma de discriminação
e intolerância e que a dignidade humana seja garantida em todo tempo e lugar.
Os
trabalhos foram abertos pelo presidente do dicastério vaticano, Dom Antonio Maria
Vegliò. O Arcebispo ressaltou os princípios orientadores da solidariedade e subsidiariedade
– que favorecem o autêntico desenvolvimento – fazendo votos de uma maior colaboração
entre governos, organismos internacionais e comunidades eclesiais.
Em seguida,
foi a vez do Secretário do organismo, Dom Agostino Marchetto, que pediu aos agentes
pastorais que conservem uma comunhão universal, sem fronteiras geográficas, históricas
e culturais.
Por sua vez, o Secretário-Geral da Comissão internacional católica
para as migrações, Johan Ketelers, se deteve sobre as rápidas transformações em andamento
nas sociedades atuais, que impõem correções de rota a todos os sujeitos, governos
e não, envolvidos em projetos de corresponsabilidade, em contextos complexos e diferenciados.
Esta
tarde, falou na plenária o Diretor do Serviço internacional dos Jesuítas para refugiados,
Pe. Peter Balleis. O religioso ressaltou que o movimento forçado de pessoas é causado
por conflitos, pobreza, desigualdade, injustiça e violações dos direitos humanos,
mau governo, ou mesmo, por catástrofes, razão pela qual a gestão dos fluxos migratórios
se revelou muitas vezes totalmente inadequada.
Ainda nos trabalhos desta tarde
também se pronunciou o representante regional do Mediterrâneo da Organização internacional
das migrações (Oim), Peter Shatzer, que abordou o delicado tema dos refugiados privados
do direito de exílio, e o vergonhoso tema do tráfico de seres humanos.
Por
fim, o Conselheiro da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o padre jesuíta
Pierre Martinot-Lagarde, falou sobre a crise da indústria da aviação civil e as suas
conseqüências sobre os passageiros e trabalhadores do setor. (RL)