Atenas, 24 mai (RV) - “Nos últimos dez anos, os católicos na Grécia tiveram
um aumento de 700%, passando de 50 mil para 350 mil. O motivo deve ser buscado na
imigração sucessiva à queda do Comunismo de poloneses, romenos e albaneses, na entrada
da Grécia na União Européia, na instabilidade política do Oriente Médio e na elasticidade
do governo de conceder vistos de entrada no país para filipinos, africanos e indianos.”
Foi o que revelou à agência Sir, durante uma entrevista, o Presidente dos bispos gregos,
o Bispo de Syros, Dom Frackiskos Papamanolis.
“Uma situação – disse
o prelado – muito boa mas que cria também diversos problemas que nós enfrentamos em
um recente encontro nacional dos sacerdotes gregos realizado em Santorini”. O fenômeno
da imigração, explicou Dom Papamanolis, “mudou a imagem da Igreja Católica na Grécia.
Cerca 80% dos católicos na Grécia são imigrantes de várias nações”. E isso apresenta,
antes de tudo, o problema da língua: “apesar da maior parte dos nossos fiéis, também
imigrantes, falar o grego, existe porém uma porcentagem considerável, especialmente
de anglófonos, que não fala o grego. Nasce então a dificuldade na escolha do pároco
a ser enviado às comunidades, na comunicação e nas celebrações litúrgicas”. Da parte
nossa, explica Dom Papamanolis, “essa situação impõe uma mudança de mentalidade”.
“Não
é fácil – sublinha o bispo – fazer entender aos nossos fiéis mais idosos que os imigrantes
católicos são também membros das nossas comunidades e que o cuidado pastoral deve
também se estender a eles. Nos fiéis gregos, se verifica um tipo de xenofobia inconsciente
que em algumas paróquias levou à diminuição da sua presença na Santa Missa.
Além
do mais, no campo ecumênico, persiste nos fiéis imigrantes, especialmente naqueles
de países de maioria católica, uma certa adversidade pelos não-católicos. Isso não
faz bem às boas relações com os ortodoxos”. Para enfrentar esses problemas, “estamos
procurando valorizar as forças que temos, seja de pessoal, seja de lugares de culto.
Nestes anos, vieram para nos ajudar mais de 30 sacerdotes provenientes de outros países.
Porém, a falta de padres é ainda muito grande”, destacou o prelado. (SP)