Cidade do Vaticano, 23 mai (RV) - Às relações entre a Igreja Ortodoxa russa
e a Igreja Católica, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi,
dedicou seu editorial para Octava Dies, o semanal informativo do Centro Televisivo
Vaticano.
A ocasião foi o Concerto oferecido pelo Patriarca Kirill ao Santo
Padre, na Sala Paulo VI, nos dias passados. Para o sacerdote jesuíta, "assistimos
a um passo significativo" nas relações entre as duas Igrejas, que foi "muito além
de um gesto normal de cortesia".
Segundo Pe. Lombardi, no contexto do panorama
cultural europeu de hoje, as posições ortodoxas e católicas sobre os grandes problemas
éticos são comuns, porque descendem de uma visão do homem inspirada pelo Cristianismo.
O Metropolita Hilarion, na sua saudação, fez uma referência explícita, por
exemplo, às questões relativas à vida e à família. Já o discurso final do Papa foi
mais amplo e empenhativo daqueles que normalmente faz ao final de concertos, desenvolvendo
com amplidão o tema das raízes cristãs da Europa. Bento XVI afirmou que, diante de
uma secularização que leva a prescindir de Deus e do seu projeto, é preciso desenvolver
a proposta de um "novo humanismo", para que a Europa possa voltar a respirar "com
plenos pulmões".
"O ressoar das notas da grande música russa no Vaticano foi
um sinal eloquente da sintonia profunda que se estabeleceu entre a Igreja Ortodoxa
russa e a Igreja Católica sobre essas prospectivas cruciais. Um sinal realmente encorajador
para o futuro" – conclui Pe. Lombardi. (BF)