MENSAGEM DOS BISPOS PORTUGUESES APÓS VISITA DO PAPA BENTO XVI
Lisboa, 22 mai (RV) - Os bispos português divulgaram uma mensagem após a visita
apostólica de Bento XVI ao país.
Envolvidos pelo júbilo autenticamente pascal
que constituiu a visita de Sua Santidade Bento XVI a Portugal – destacam os bispos
– manifestamos gratidão ao povo português, por ter correspondido de modo notável à
mobilização para conhecer de perto o Sucessor de Pedro, celebrar com ele os mistérios
da fé e escutar sua mensagem de esperança. Às entidades públicas que souberam cumprir
de modo exemplar o seu serviço para o bem da grande maioria dos cidadãos e honrar
o bom nome do país, a nossa gratidão. Aos meios de comunicação social agradecemos
a solicitude de bem servir e o respeito pela especificidade dos acontecimentos.
Uma
corrente de profunda e simples humanidade – continua a mensagem – percorreu distâncias
e aproximou tantas pessoas, irmanadas na busca de sabedoria e na procura de serenidade
para as enormes apreensões do futuro. Vivemos todos a bênção do Espírito Santo que
nos aqueceu o coração e inspirou a mente.
A experiência de irradiante afeto
que espontaneamente se criou, sem visar atingir ninguém, sem pretender competir com
outros, distingue-se como momento festivo, porque apenas voltado para louvar a Deus,
comungar com os irmãos, nunca esquecendo os mais gravemente atingidos pela situação
econômica que atravessamos.
A beleza da santidade – afirmam os bispos na mensagem
– atraiu corações disponíveis, como os das crianças e dos jovens. Os gestos de aproximação
significaram a necessidade de a Igreja ir ao encontro das pessoas como elas vivem
e são. A densidade encantadora e participada nas celebrações corresponsabilizou as
comunidades cristãs para uma renovação da qualidade de ofertas rituais, em ordem a
assumirem, com fervor espiritual, os espaços da festa cristã.
Verdadeiro ato
pascal, esta visita do Santo Padre Bento XVI deixou-nos mensagens e orientações. Queremos
filialmente agradecer a riqueza dos seus gestos e palavras e dar-lhes sequência nos
nossos projetos pastorais. As interpelações lançadas aos vários setores da vida pastoral
merecem cuidadosa atenção e serão acolhidas no modo de repensar e estruturar a Igreja,
no incentivo inovador da caridade, na valorização missionária e nas propostas de uma
cultura credível e convincente.
Na Assembleia Plenária extraordinária de junho,
daremos a conhecer algumas linhas orientadoras, como itinerário sinodal proposto para
repensar a pastoral em termos de uma unidade nacional, sem prejudicar as particularidades
de cada diocese. Integrando estas sugestões no projeto, já em curso, continuaremos
durante o próximo ano, a revisão da ação pastoral da Igreja em Portugal, auscultando
os conselhos diocesanos, que incluem representantes de todo o Povo de Deus. Deste
trabalho conjunto surgirá, até finais de 2011, um Programa Pastoral como resposta
aos novos desafios característicos da mudança civilizacional que estamos a viver.
Prossigamos
o caminho, conscientes da vigilante e materna companhia de Nossa Senhora e firmes
na esperança porque nos guia o Mestre e Pastor Jesus Cristo, que estes dias sentimos
vivo entre nós na fidelidade evangélica do Papa Bento XVI.
A mensagem é assinada
pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa. (SP)