Os leigos, "testemunhas de Cristo na comunidade política": na plenária do Conselho
Pontifício dos Leigos, Papa fala da necessidade de políticos autenticamente cristãos
“Testemunhas de Cristo na comunidade política” foi o tema da assembleia plenária anual
do Conselho Pontifício para os Leigos. Recebendo nesta sexta-feira de manhã os participantes,
liderados pelo cardeal Estanislau Rilko, presidente deste dicastério, Bento XVI lembrou
que, embora a formação técnica dos políticos não faça parte da missão da Igreja, compete-lhe
porém “dar um juízo moral mesmo sobre coisas que dizem respeito à ordem política,
quando tal é exigido pelos direitos fundamentais da pessoa e pela salvação das almas,
utilizando sempre e apenas os meios conformes ao Evangelho e ao bem de todos”. Em
todo o caso, no campo político, é aos leigos que toca testemunhar a presença de Cristo:
“Toca
aos fiéis leigos mostrar concretamente, na vida pessoal e familiar, na vida social,
cultural e política, - que a fé permite ler de modo novo e profundo a realidade,
transformando-a; - que a esperança cristã alarga o limitado horizonte do homem, projectando-o
para a verdadeira estatura do seu ser, Deus; - que a caridade na verdade é a força
mais eficaz capaz de transformar o mundo; - que o Evangelho é garantia de liberdade
e mensagem de libertação; - que os princípios da Doutrina social da Igreja… são de
grande actualidade e valor para a promoção de novas vias de desenvolvimento ao serviço
de todo o homem e de todos os homens.” “A política é um âmbito muito importante do
exercício da caridade” – sublinhou ainda Bento XVI. “Há necessidade de políticos
autenticamente cristãos, mas antes ainda de leigos que sejam testemunhas de Cristo
e do Evangelho na sociedade civil e política”.
Neste nosso tempo, existem
problemas grandes e complexos, desafios ligados a um difuso relativismo cultural e
a um individualismo utilitarista e hedonista, que enfraquece a democracia e favorece
o domínio dos poderes fortes… Neste contexto, o Papa lembrou uma série de atitudes
e acções que se impõem: recuperar uma autêntica sabedoria política; ser exigente no
que diz respeito à própria competência; - servir-se criticamente das sondagens das
ciências humanas; - enfrentar a realidade em todos os seus aspectos; - mostrar-se
abertos a todo o autêntico diálogo e colaboração, tendo presente que a política é
também uma complexa arte de equilíbrio entre ideais e interesses. “É necessária uma
autêntica revolução do amor” – concluiu Bento XVI.