Islamabad, 20 mai (RV) - O Governo paquistanês proibiu, nesta quinta-feira,
o acesso ao site do YouTube, segundo reportam vários meios de comunicação internacionais.
A decisão vem a público depois da ordem de bloqueio temporário do site Facebook.
Na
origem da decisão estão razões religiosas. De fato, as autoridades alegam que o YouTube
aloja conteúdos classificados como "sacrílegos", por desrespeitarem a religião islâmica,
majoritária no Paquistão.
A polêmica com o Facebook começou devido
à criação de um grupo nesse social network, no qual os participantes eram incentivados
a partilhar caricaturas do profeta Maomé. Os desenhos deveriam ser enviados até hoje,
em sinal de protesto contra as ameaças que um grupo de radicais islâmicos dirigiu
aos criadores do South Park, pelas imagens jocosas de Maomé apresentadas num episódio,
no início deste ano.
Segundo a BBC, o acesso ao site foi temporariamente
suspenso depois que um grupo de advogados paquistaneses entrou com uma petição, alegando
que o conteúdo do grupo era blasfemo, uma vez que a religião proíbe imagens do profeta.
O tribunal decretou a restrição do Facebook até 31 de maio.
Com relação
ao YouTube, a autoridade responsável pelas questões relativas às telecomunicações
no Paquistão, não especificou quais vídeos, em particular, teriam motivado a decisão
de suspender o acesso ao site, limitando-se a dizer que este vinha apresentando um
número "crescente de conteúdos considerados sacrílegos", segundo reporta a agência
de notícias Associated Press. Não se sabe também quanto tempo durará a proibição de
acessar o site.
A decisão de bloquear o acesso da população aos serviços
foi tomada depois que as autoridades paquistanesas tentaram, sem sucesso, persuadir
os sites a removerem o material considerado inapropriado.
Os responsáveis
acrescentaram ainda que o Governo paquistanês está aberto a negociações com os representantes
de ambos os serviços, caso estes estejam disponíveis a resolver a "questão" de uma
forma que garanta a "harmonia e o respeito pela religião".
Para além
desses sites, as autoridades informaram que bloquearam mais cerca de 450 endereços
web com material considerado ofensivo, mas não se sabe ao certo quais sejam. Esta
manhã, não era possível acessar os sites da Wikipedia e do Flickr, dos computadores
paquistaneses. (AF)