IGREJA NO MÉXICO E NOS EUA SE UNE EM PROL DOS IMIGRANTES
Washington, 20 mai (RV) - Os bispos dos Estados Unidos (USCCB) e do México
manifestaram satisfação pela visita do Presidente mexicano, Felipe Calderón, aos Estados
Unidos.
Em especial, os prelados pedem que Barack Obama e Felipe Calderón
concentrem sua atenção no problema migratório. "Respeitamos a obrigação de ambos os
países de garantir a integridade de suas fronteiras e a segurança de seus povos, mas
também cremos que esses objetivos podem ser alcançados sem sacrificar a dignidade
humana e os direitos dos migrantes" – escrevem em nota o responsável pela Pastoral
da Mobilidade Humana da Conferência Episcopal do México, Dom Rafael Romo Muñoz, e
o Diretor do Comitê de Migração do Episcopado americano, Dom John C. Wester.
Os
dois prelados pedem que México e Estados Unidos examinem com olhar crítico seja suas
políticas migratórias, seja a aplicação de suas leis e o seu impacto nos seres humanos.
Mais uma vez, no caso norte-americano, a Igreja pede uma reforma migratória
integral, recordando que o atual sistema migratório do país não proporciona suficientes
vias legais ou estatutos jurídicos para que os imigrantes obtenham trabalhos imprescindíveis
para a economia do país. Um novo sistema reduziria a exploração a que são submetidos
os imigrantes.
Quanto ao México, os bispos pedem que os imigrantes não sejam
objeto de abusos por parte de grupos criminais e funcionários corruptos. Além disso,
sugerem que se criem condições e oportunidades de trabalho para os cidadãos em seus
países de origem, que lhes permita viver dignamente em seu país.
"Por fim,
pedimos ao Presidente Obama e ao Presidente Calderón que trabalhem em conjunto por
um objetivo comum, para criar uma fronteira segura e um sistema de imigração humano
e justo. Somente através da cooperação binacional este problema se resolverá de uma
maneira que sirva aos interesses de ambas as nações, respeite suas leis e os direitos
de seus cidadãos" – conclui-se a nota.
Ontem, Obama e Calderón defenderam uma
reforma orgânica da imigração, criticando a "lei do Arizona".
"Pode-se
e deve-se avançar em uma reforma orgânica da imigração, não de forma unilateral, mas
em estreita colaboração com o governo mexicano" – explicou Obama, que respaldou as
críticas do líder mexicano aos Estados Unidos.
Calderón propôs a estruturação
de uma política migratória e fronteiriça comum "que nos una, em lugar de nos dividir".
A visita do Presidente mexicano encerra-se esta quinta-feira. (BF)