2010-05-20 18:38:53

CARDEAL RYLKO: CRISTÃOS NÃO FUJAM DA POLÍTICA


Cidade do Vaticano, 20 mai (RV) - "O maior serviço que nós cristãos somos chamados a oferecer ao mundo de hoje, também ao mundo da política, é o serviço de dar testemunho de Cristo."

Assim se expressou o Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, Cardeal Stanislaw Rylko, abrindo na manhã desta quinta-feira os trabalhos da XXIV Assembléia plenária do organismo vaticano, que tem como tema "Testemunhas de Cristo na comunidade política". A plenária se concluirá no próximo sábado.

Participam da Assembléia membros e consultores provenientes dos cinco continentes. Entre as conferências de hoje, destacamos a do Reitor da Universidade Católica do Sagrado Coração, Prof. Lorenzo Ornaghi, feita esta manhã; e as do Cardeal Camillo Ruini e do Arcebispo Rino Fisichlella, feitas na tarde.

"Cristo confia também a nós hoje – como a Paulo dois mil anos atrás – uma tarefa importante: levar o Evangelho aos areópagos do mundo pós-moderno, à cultura, à economia, à política." Foi o que disse o Cardeal Rylko, reiterando a urgência expressa por Bento XVI de uma geração de leigos cristãos engajados na política.

Trata-se – prosseguiu – de um mandato impossível ao homem sem a ajuda de Cristo, num contexto de secularismo imperante, de relativismo no qual Deus é o grande excluído e no qual a fé – como confirma a decisão da Corte Européia sobre o Crucifixo nas salas de aula – é rigorosamente confinada ao privado.

"O leigo cristão é um homem de esperança, por isso, diante dos desafios, dos ataques desenfreados, das perseguições abertas do mundo contemporâneo que se esqueceu do valor da pessoa humana, do valor do matrimônio e da família, ele não é chamado a uma fuga: deve redescobrir o seu direito-dever de participar ativamente e responsavelmente da vida política de seus países, sem complexos de inferioridade."

O Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos evidenciou benefícios e vulnerabilidades do sistema democrático: se corretamente colocado – frisou – traz enormes vantagens na vida individual e social, mas as derivas totalitárias, provocadas por agnosticismo e relativismo, são reais: "Estranha tolerância – comentou – que não tolera vozes que se colocam fora do "pensamento politicamente correto". Eis a razão pela qual é necessário um renovado engajamento dos cristãos na vida pública.

E, no entanto – acrescentou o purpurado – também entre os cristãos hoje se registra um sentimento de desafeição pela política, poluída pela corrupção, carreirismo e escândalos morais.

Junto a isso, muitas vezes, diante das urnas, os católicos mostram falta de coerência com a própria fé. Sobre o tema dessa XXIV Assembléia plenária, eis o que disse o próprio Cardeal Rylko, entrevistado pela Rádio Vaticano:

Cardeal Stanislaw Rylko:- "Acolhendo o convite do Santo Padre a trabalharmos na formação evangélica e no acompanhamento pastoral de uma nova geração de católicos engajados na política, este ano centralizamos a nossa Assembléia plenária justamente no engajamento dos leigos na vida pública e, em particular, na comunidade política. Trata-se de um tema de grande atualidade, considerando a decadência também moral da política e a desafeição geral das pessoas e o ceticismo em relação aos que administram a coisa pública. Hoje é realmente urgente restituir à política a alma que lhe é própria, recuperando, por exemplo, o significado do serviço ao bem comum, reconstruindo uma sensibilidade moral e uma sólida base de valores compartilhados, promovendo, sobretudo, o conceito de uma laicidade realmente aberta, não hostil a Deus nem temerosa de fazê-Lo entrar na vida pública." (RL)







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