2010-05-08 19:54:03

PAPA NAS EXÉQUIAS DO CARDEAL POGGI: SEM FÉ, TUDO PARECE PERDIDO COM A MORTE


Cidade do Vaticano, 08 mai (RV) - "Testemunha daquela fé corajosa que sabe confiar em Deus": com essas palavras, o Papa recordou nesta sexta-feira o Arquivista e Bibliotecário emérito da Santa Romana Igreja, Cardeal Luigi Poggi, falecido terça-feira passada, aos 92 anos.

Bento XVI presidiu, na Basílica Vaticana, o rito da Última Encomendação e Despedida do purpurado, ao término das exéquias celebradas pelo Decano do Colégio cardinalício, Cardeal Angelo Sodano. Em sua homilia, o Pontífice repercorreu a longa vida do Cardeal Poggi, "fiel servidor do Evangelho e da Igreja", e reiterou a esperança na ressurreição.

Diante do mistério da morte, "para o homem que não tem fé tudo pode parecer irremediavelmente perdido. Então, é a palavra de Cristo que clareia o caminho da vida e dá valor a todos os seus momentos". Bento XVI partiu dessa consideração para recordar o Cardeal Poggi, reiterando que "a dor pela perda de sua pessoa é suavizada pela esperança na ressurreição, fundada na própria palavra de Jesus":

"Jesus Cristo é o Senhor da vida, e veio para ressuscitar no último dia tudo aquilo que o Pai lhe confiou (cfr Jo 6, 39). Essa é também a mensagem que Pedro anuncia com veemência no dia de Pentecostes (cfr At 2, 14.22b-28). Ele mostra que a morte não podia segurar Jesus. Deus tirou Jesus da angústia da morte, porque não era possível que ela o mantivesse em seu poder. Na cruz Cristo trouxe de volta a vitória, que devia manifestar-se com uma superação da morte, isto é, com a sua ressurreição."

Em seguida, o Santo Padre repercorreu a vida do Cardeal Poggi, recordando a sua "missão sacerdotal" junto à Secretaria de Estado nos "anos difíceis" de 1945, depois, na África e no Peru, nos anos 70. Posteriormente, seu trabalho como Núncio Apostólico com encargos especiais em relação aos países do Leste Europeu, até tornar-se um protagonista da diplomacia vaticana nos países do bloco comunista.

Nos anos 80, o purpurado tornou-se Núncio Apostólico na Itália, e se ocupou, entre outras coisas, da "delicada fase de reorganização das dioceses italianas".

"Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele", continuou Bento XVI, citando São Paulo, recordando que "quem morreu foi libertado do pecado":

"A união sacramental, mas real, com o Mistério pascal de Cristo, abre para o batizado a perspectiva de participar de sua mesma glória. E isso tem uma consequência para a vida já agora, porque, se em virtude do batismo nós já participamos da ressurreição de Cristo, então já agora "podemos caminhar numa vida nova"."

Eis o motivo pelo qual a morte de um irmão em Cristo "é sempre motivo de íntimo e reconhecedor estupor pelo desígnio da divina paternidade, que nos liberta do poder das trevas e nos transfere para o reino de seu Filho dileto" - concluiu Bento XVI. (RL)







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