REPRESENTANTE VATICANO PEDE MUNDO LIVRE DAS ARMAS NUCLEARES
Nova Iorque, 07 mai (RV) - É necessário trabalhar com urgência "por um mundo
livre das armas nucleares" se se quiser "garantir a sobrevivência da humanidade".
Foi o que disse, nesta quinta-feira, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, Dom
Celestino Miglire, em seu pronunciamento na Conferência do organismo internacional
sobre a revisão do Tratado de não-proliferação das armas nucleares (Tnp), em andamento
na sede da ONU, em Nova Iorque.
O fato que existam tais artefatos – disse o
Arcebispo – encoraja a sua proliferação criando "o risco permanente de que o material
nuclear produzido para uso pacífico da energia seja transformado em armamentos".
"Essas
armas – acrescentou – continuam existindo em enormes quantidades", algumas delas prontas
para serem usadas; a sua finalidade não é "somente a dissuasão", de fato, encontram-se
"radicadas nas doutrinas militares das grandes potências" com a conseqüência que "o
perigo da proliferação aumentou", ao tempo em que "a ameaça do terrorismo nuclear
tornou-se real".
Dom Migliore pediu às potências nucleares o respeito pelos
vários Tratados sobre a questão: é necessário manter as promessas, e logo.
O
representante vaticano pediu ainda que não se confie em tais artefatos "como meio
de segurança e de defesa ou como indicação de potência". O prelado acrescentou ser
um dado o fato que nenhuma força no mundo será capaz de proteger as populações civis
da explosão de bombas nucleares, que poderiam causar milhões de mortes imediatas.
"A
Santa Sé – prosseguiu – defende com veemência um desarmamento nuclear transparente,
verificável, global e irreversível", pede a entrada em vigor do Tratado de proibição
total dos testes nucleares, e a elaboração imediata de um Tratado de eliminação da
produção do material físsil, "questão de responsabilidade" que "não deve ser ulteriormente
protelada".
Em seguida, Dom Migliore recordou o apelo lançado pelo Papa na
audiência geral desta quarta-feira:
"A paz – afirmou Bento XVI – repousa na
confiança e no respeito pelas obrigações assumidas, e não somente no equilíbrio das
forças. Com esse espírito, encorajo as iniciativas que perseguem um progressivo desarmamento
e a criação de zonas livres das armas nucleares, na perspectiva de sua completa eliminação
do Planeta."
O Papa concluiu o seu apelo exortando "todos os participantes
da reunião de Nova Iorque a superarem os condicionamentos da história e a tecerem
pacientemente a trama política e econômica da paz, para ajudar o desenvolvimento humano
integral e as autênticas aspirações dos Povos". (RL)