Brasília, 06 mai (RV) – Chegamos ao terceiro dia de trabalhos da 48ª Assembleia
Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se realiza no Centro
de Treinamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC) de Brasília.
Como todos os dias as atividades iniciaram com a Santa Missa no Santuário
de Dom Bosco, presidida pelo Arcebispo de Aparecida e Presidente do Celam, Dom Raymundo
Damasceno Assis, e concelebrada pelo bispo de Ipameri, (GO), Guilherme Antonio Werlang,
e pelo Bispo de Alto Solimões (AM), Dom Frei Alcimar Caldas Magalhães. Hoje os trabalhos
continuam em grupos e com o temas das Comunidades Eclesiais de Base.
Ontem
o tema central desta Assembleia começou a ser estudado, tema que trata da Palavra
de Deus sob a formulação: “Discípulos e servidores da Palavra de Deus e a missão da
Igreja no mundo”. Os bispos receberam um texto que foi estudado em grupos no período
da tarde.
Ainda ontem de manhã foi apresentado em plenário o tema sobre abusos
sexuais na Igreja exposto pelo Bispo de Franca, Dom Pedro Luiz Stringhini.
Na
parte da tarde os trabalhos continuaram com as comunicações sobre atividades realizadas
pelas comissões da CNBB e orientações sobre norma para dispensa do ministério sacerdotal.
Ainda ontem os bispos discutiram os caminhos de celebração dos 50 anos do Concílio
Vaticano II, cujo encerramento se deu em 1965.
Na coletiva de imprensa no início
da tarde de ontem tomaram a palavra o Bispo de Floresta, Dom Adriano Ciocca Vasino
que falou sobre o problema da transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, um problema
que tem muita semelhança com que está acontecendo no Pará, em relação à construção
da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O Governo federal simplesmente emite um decreto,
de cima para baixo, e as coisas não são debatidas, afirmou.
Outro bispo que
participou da coletiva foi o Bispo da Prelazia do Xingu (PA), e presidente do Conselho
Indigenista Missionário (Cimi) Dom Erwin Krautler, que afirmou que “o assunto sobre
Belo Monte não está encerrado. O leilão foi uma soma de absurdos e a batalha judicial
está apenas começando”, disse ele.
O bispo vê o processo judicial e o leilão
da usina como mais um estágio para o prolongamento da discussão sobre o projeto. Dom
Erwin disse lamentar a posição do governo em levar adiante o projeto da construção
da usina de Belo Monte, sem rever os problemas que a obra vai causar à região do Xingu.
Já o bispo emérito de Blumenau (SC), Dom Angélico Sândalo, presente na coletiva
fez um alerta a sociedade sobre o tratamento dado aos idosos. “A sociedade precisa
abrir mais espaço aos idosos, descobrir suas necessidades, pois somos uma parcela
da sociedade que cresce muito rapidamente”, afirmou. (SP)