Washington, 03 mai (RV) – A Arábia Saudita e a China estão entre os 13 países
que uma Comissão governamental dos EUA indicou como responsáveis por graves violações
da liberdade religiosa no mundo. O relatório critica também a atual administração
de Washington assim como as precedentes, acusando-as de fazerem muito pouco para estabelecer
bases universais concretas para o direito à liberdade religiosa. O estabelecimento
de tais bases é – de fato – o objetivo da Comissão, instituída pelo Congresso norte-americano,
em 1998.
A Comissão investiga sobre as condições da prática religiosa nos países
onde a ela está em perigo. Sua tarefa é recomendar políticas ao Governo de Washington,
a fim de melhorar tais condições. Trata-se de "um pequeno mas extremamente importante
ponto de intersecção da política exterior, da segurança nacional e da garantia do
standard internacional da liberdade religiosa" – diz o relatório.
"Infelizmente,
este pequeno ponto parece reduzir-se a cada ano que passa, para a Casa Branca e para
o Departamento de Estado" – criticam o relatores.
A lista deste ano indica
13 países que "provocam preocupações"; dentre eles, oito que já constavam no relatório
do ano passado: Myanmar (ex-Birmânia), China, Eritreia, Irã, Coreia do Norte, Arábia
Saudita, Sudão e Uzbequistão, além de Iraque, Nigéria, Paquistão, Turcomenistão e
Vietnã.
As ações dos Estados Unidos – atualmente em vigor – contra os oito
países indicados no ano passado incluem embargos, frequentemente acumulados com sanções
já existentes, e a recusa de ajudas financeiras ou militares. Em relação à Arábia
Saudita, as sanções foram suspensas por tempo indeterminado; e para o Uzbequistão,
decidiu-se por um adiamento de 180 dias na aplicação das sanções em vigor.
O
relatório classifica as violações da liberdade religiosa na Arábia Saudita como "sistemáticas,
notáveis e recorrentes", apesar das reformas adotadas pelo Rei Abdullah.
"Na
China, o Governo de Pequim continua a perpetrar notáveis e sistemáticas violações
da liberdade religiosa e da liberdade de pensamento" – diz o relatório.
A administração
do Presidente Barack Obama oficialmente não aceitou as conclusões do relatório apresentado
em 2009. O mesmo fez a administração de George w. Bush, entre novembro de 2006 e janeiro
de 2009.
O relatório deste ano indica uma grave deterioração da liberdade religiosa,
em relação ao ano passado, sobretudo, nas áreas muçulmanas, budista-tibetanas e uigures.
"O Governo dos Estados Unidos deve fazer mais" para evitar que continue sendo negada
a liberdade religiosa no mundo" – pediu o presidente da Comissão. (AF)