2010-05-03 14:11:07

IRMÃ DOROTHY: ÚLTIMO ACUSADO CONDENADO A 30 ANOS


Belém, 03 mai (RV) - Justiça para Irmã Dorothy: cinco anos após o assassinato da missionária, Regivaldo Pereira Galvão, o Taradão, o único dos envolvidos no crime que ainda não havia sido julgado, foi condenado no começo da madrugada do dia 1º, em julgamento realizado no Fórum Criminal de Belém, na Cidade Velha.

Galvão foi julgado sob acusação de ser um dos mandantes do assassinato da religiosa norte-americana naturalizada brasileira, que defendia o direito à terra de pequenos produtores rurais da região de Altamira (PA). Dorothy Stang foi morta com seis tiros em fevereiro de 2005, em Anapu.

Durante o interrogatório, o fazendeiro negou o crime e não respondeu às perguntas da promotoria. A acusação sustentou a tese de homicídio qualificado, com promessa de recompensa, motivo torpe e uso de meios que impossibilitaram a defesa da vítima.

Os advogados de defesa, Jânio Siqueira e César Ramos, rebateram a tese de homicídio qualificado, contrapondo-a com a tese de negativa de co-autoria. Durante uma hora e meia, eles sustentaram a tese da ausência de provas nos autos da participação do réu no crime e pediram aos jurados a absolvição do acusado. Os outros envolvidos no crime foram condenados e estão presos.

O Bispo do Xingu, Dom Erwin Kräutler, região à qual a missionária pertencia, comemorou a decisão, mas ressaltou que os conflitos agrários ainda são motivo de tensão no estado. “Eu não considero (a condenação dos acusados) um fim em si, porque o sistema continua em vigor. Enquanto não for feita alguma coisa para inibir a ganância e a busca desenfreada de terras, a situação vai continuar e logo mais vamos ter novas vítimas”, afirmou o Bispo, que recebe proteção da polícia militar há quatro anos.
(CM-CNBB)







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