APELO DO PAPA PELA PAZ NA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
Cidade do Vaticano, 28 abr (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã,
no Vaticano, o novo Embaixador da República Democrática do Congo (RDC) junto à Santa
Sé, Jean-Pierre Hamuli Mupenda, para a apresentação das Credenciais.
O Santo
Padre fez um apelo em favor do fim dos conflitos na RDC, que destruíram o tecido social
do país e pediu à comunidade internacional, envolvida de várias formas nos conflitos
sucessivos, para que se mobilize a fim de que a paz e a legalidade voltem a reinar
nesse país africano.
"A RDC deve cancelar um passado que privou as crianças,
durante vários anos, do direito à educação e as adestrou a matar" – sublinhou o Papa
- acrescentando que "o acordo assinado em Goma, em 2008, e a atuação dos acordos internacionais,
sobretudo o Pacto de segurança, a estabilidade e o desenvolvimento na região dos Grandes
Lagos, são certamente necessários, porém é mais urgente trabalhar para que tais acordos
sejam aplicados".
Bento XVI convidou as autoridades públicas a fazerem o possível
para acabar com a guerra, que infelizmente existe em algumas províncias da RDC e investir
na reconstrução humana e social da nação, no respeito pelos direitos humanos fundamentais.
O
Papa recordou que a RDC viveu momentos trágicos e que a violência perpetrada contra
uma parte importante da população semeou morte e destruição. O pontífice recordou
as mulheres, os jovens e as crianças que tiveram sua dignidade e seus direitos violados.
"Depois de vários anos de sofrimento, o país precisa buscar com determinação o caminho
da reconciliação nacional" – frisou Bento XVI.
"Para que isso aconteça - sublinhou
o Papa – é preciso investir na educação das novas gerações, permitir que elas possam
estudar e ajudar suas famílias nas despesas da educação". Segundo Bento XVI, investir
na formação, não significa somente receber cultura, mas também sólidas bases morais
e espirituais que ajudem os jovens a não buscar a violência e o ressentimento. Uma
tarefa para a qual todos os católicos devem dar sua contribuição a fim de acabar com
o sofrimento do povo congolês. "Que a celebração dos 50 anos de Independência da
RDC possa ajudar a nação a viver um novo recomeço" – concluiu Bento XVI. (MJ)