2010-04-24 20:09:08

BENTO XVI: VIDA E DIGNIDADE SÃO UM BEM PRECIOSO


Cidade do Vaticano, 24 abr (RV) - "Tendo como objetivo o bem comum, a Igreja não pretende nada mais que a liberdade de poder propor" a sua "mensagem sem impô-la", "no respeito pela liberdade das consciências": foi o que disse o Pontífice em seu discurso ao novo Embaixador da Bélgica junto à Santa Sé, Charles Ghislain, recebido na manhã deste sábado, no Vaticano, para a apresentação de suas credenciais.

Recordando o importante papel da Bélgica no âmbito das instituições européias, o Santo Padre ressaltou como o país tem se sobressaído "na busca de um consenso em situações muito complexas".

Para Bento XVI, essa busca do consenso que distinguiu a Bélgica nas questões políticas européias deve ser encorajada também para os "desafios internos". "Para produzir frutos a longo prazo – acrescentou – a arte do consenso não se reduz a uma habilidade puramente dialética, mas deve buscar o verdadeiro e o bem".

Ao pedir ao novo Embaixador para transmitir suas saudações ao Rei Alberto II, o Papa quis recordar as duas dolorosas tragédias que atingiram a Bélica este ano: o desabamento de um prédio – causado por um escapamento de gás – verificado em Liege, em janeiro; e o acidente ferroviário de Buizingen, em fevereiro.

"Essas catástrofes – observou Bento XVI – nos fazem perceber a fragilidade da existência humana e a necessidade, para protegê-la, de uma autêntica coesão social, que não enfraquece a legítima diversidade das opiniões."

"A vida e a dignidade humanas constituem um bem precioso que precisa ser defendido e promovido com resoluções apoiando-se no direito natural" – prosseguiu o Papa.

Em seguida, Bento XVI reiterou que "a Igreja se inscreve plenamente na história e no tecido social" da nação belga e "faz votos de continuar sendo um fator de convivência harmoniosa entre todos", dando "uma contribuição bastante ativa, especialmente, mediante as suas numerosas instituições educacionais, as suas obras de caráter social, e através do empenho benévolo de numerosos fiéis".

O Pontífice afirmou ainda que a Igreja tem a satisfação de "colocar-se a serviço de todos os componentes da sociedade belga" e ela, "como instituição, tem o direito a expressar-se publicamente", direito partilhado "com todos os indivíduos e todas as instituições para manifestar o seu parecer sobre questões de interesse comum".

Ademais, recordou a figura do belga Joseph de Veuster, recentemente canonizado, exemplo de caridade cristã do qual os belgas devem ter orgulho.

Bento XVI se disse convencido de que, "apesar dos desdobramentos sociais, o húmus cristão é ainda rico" na terra belga e que este pode robustecer generosamente "o compromisso de um número crescente de voluntários".

Por fim, o Santo Padre dirigiu um pensamento aos bispos da Bélgica – que estarão em Roma em visita "ad Limina" a partir de 3 de maio próximo – e também aos sacerdotes e à comunidade católica belga, exortando-os a um testemunho audaz da fé e de "valores que respeitem a natureza humana e que correspondam às aspirações espirituais mais profundas e mais autênticas da pessoa". (RL)







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