2010-04-19 11:46:33

VIOLÊNCIA PREOCUPA IGREJA EM EL SALVADOR


San Salvador, 19 abr (RV) – A Igreja Católica exortou ontem a "purificar a memória" para sanar as feridas que a guerra civil deixou em El Salvador entre 1980 e 1992, e evitar assim a violência que afeta o país, onde se registram em média 13 assassinatos por dia.

"A Igreja tem uma proposta que diz: Não podemos esquecer, não devemos esquecer nem tampouco devemos permanecer prisioneiros do passado, devemos purificar a memória" – disse o Arcebispo Auxiliar de San Salvador, Dom Gregorio Rosa Chávez, em coletiva de imprensa ao final da missa dominical.

O prelado se referiu a uma proposta defendida por instituições humanitárias, para que o Parlamento modifique ou anule a Lei de Anistia Geral, aprovada em 1993 depois dos acordos que puseram fim à guerra, e aprove uma legislação que dignifique as vítimas.

Dom Rosa Chávez considera "vital" sanar a memória, já que as feridas seguem abertas. "Por isso temos tanta violência, porque as pessoas acabam por expressar seu mal-estar com violência de diferentes tipos: a violência psicológica, física, inclusive a violência sexual, além da violência básica, que é a violência da injustiça, que impede muitas pessoas de viver como seres humanos."

Para o Bispo, o caso de Dom Óscar Arnulfo Romero, assassinado em 1980, é um caso emblemático, até que finalmente o Estado reconheceu sua responsabilidade no homicídio.

Em 24 de março passado, o Presidente Mauricio Funes pediu perdão pelo assassinato de Dom Romero, e admitiu a participação indireta do Estado por tolerar a existência de esquadrões de morte.

A guerra civil em El Salvador provocou entre 1980 e 1992 pelo menos 75.000 mortos, a maioria civis, e 8.000 desaparecidos. A Lei de Anistia aprovada em 1993 deixou na impunidade muitos desses crimes. (BF)







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