Cidade do Vaticano 19 abr (RV) - Bento XVI concluiu na tarde de ontem, domingo,
a sua viagem a Malta, repetindo um apelo para que o povo deste país tenha orgulho
nas suas raízes cristãs. Esta foi, aliás, uma das mensagens centrais da visita a uma
das nações mais católicas da União Européia. O Papa pediu que os fiéis conservem a
sua “herança religiosa e cultural”, não deixando que a mesma “seja comprometida pelo
indeferentismo ou o relativismo”.
Tendo presente a posição geográfica de Malta,
Bento XVI deixou alertas para este país que servem também para todo o Velho Continente,
recordando os muitos migrantes que chegam à sua costa “para fugir de situações de
violência e perseguição” ou em “busca de melhores condições de vida”.
Numa
visita que durou pouco mais de 24 horas, o Papa falou por diversas vezes da promoção
dos valores cristãos, em especial nos países da União Europeia. Por várias vezes foi
recordado que a justificação para esta visita eram os 1950 anos do naufrágio que levou
São Paulo à costa de Malta.
Bento XVI disse acreditar que o episódio, relatado
no livro bíblico dos Atos dos Apóstolos, não resultou de um incidente imprevisto mas
da “providência divina”. Bento XVI encontrou-se também com um grupo de pessoas que
tinham sido vítimas de abuso sexual por parte de membros do clero, manifestando a
sua “vergonha e pesar” perante estes fatos. Um dos participantes relatou à imprensa
que o Papa tinha “lágrimas nos olhos”.
Ao longo dos vários momentos da visita,
Bento XVI foi constantemente acompanhado por uma multidão em festa, superando as expectativas
da organização local. Tanto na Missa celebrada em Floriana como no encontro com os
jovens, em La Valetta, o Papa pediu que os católicos coloquem Deus como sua prioridade,
mesmo perante as “tentações” da tecnologia ou de correntes de pensamento contrárias
à fé cristã.
Cerca de 100 mil pessoas saudaram o pontífice nas ruas, em suas
deslocações com o papa-móvel – algo que superou inclusive as expectativas das autoridades
locais. Em outro momento não programado, na saída do palácio presidencial, o Papa
saudou seis crianças doentes terminais, abençoando-as pessoalmente.
Essa foi
a décima quarta viagem de Bento XVI fora da Itália: a próxima é a visita a Portugal,
de 11 a 14 de Maio. No dia 2 de maio, em território italiano o Papa vai a Turim para
a veneração do Santo Sudário. (SP)