Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho, da Academia Mineira de Letras
No
momento em que a mídia se compraz em divulgar fatos escabrosos de alguns poucos elementos
do clero seria de bom alvitre que os meios de comunicação social realçassem também
a santidade que há na Igreja Católica quer da parte dos eclesiásticos, quer da parte
dos fiéis leigos. Esta Igreja pode apresentar ao mundo milhares de mártires que derramaram
seu sangue numa demonstração de fidelidade a Jesus, objeto do amor de multidões de
outros santos em todos os tempos e em todos os lugares. Em todos os quadrantes da
terra, de um polo a outro, surge plêiade luminosa de súditos de Cristo-Rei, que,
empolgados pelo sublime de sua doutrina, pelo excelso de suas sábias máximas, pelo
belo de suas idéias fizeram de sua existência empenho único qual seja servir Mestre
tão amável numa existência impoluta, ilibada, ostentando as mais preclaras virtudes..
Em toda as camadas sociais, em todas as nações, nos mais diversos rincões, nas mais
afastadas plagas, no Oriente e no Ocidente, nos fogos do Equador, nos gelos polares
aparecem, de fato, heróis formidáveis, que espantam o universo pela grandiosidade
de seu afeto a Cristo, observando fielmente os sagrados Mandamentos do Decálogo. É
que Cristo ressuscitado,aparece amorosamente ante a sociedade e ilumina as inteligências,
oferecendo aos povos sua Religião, única tábua de salvação e progresso. Eletriza as
mentes com a verdade da qual se fez mensageiro divino. Os corações nobres sempre lhe
reservaram tudo aquilo que eles de melhor possuem, a saber, sua afeição irrestrita,
seu amor total. Este amor lhe fez guarda ao túmulo de pedra e seu sepulcro foi não
só glorioso, como também objeto das manifestações mais ternas da dileção mais fervorosa.
Milhares têm se deixado intrepidamente martirizar por Ele e por Ele suportam e aceitam
corajosamente as mais terríveis, duras e cruciantes privações. O luminoso catálogo
de santos canonizados.que passaram por judicioso julgamento de suas vidas, e que
são apresentados como exemplos, como modelos, honra a Igreja Católica. É que Jesus
tem o misterioso condão, o sublime poder de penetrar dentro dos corações e sem lhes
arrebatar a liberdade fazê-los arder de entusiasmo, incendiando o ânimo de emoção
e faz então com que milhões de adoradores se desapeguem todos os dias dos falsos deleites
da terra, recebam o espírito de sua cruz e se ponham de joelhos e adorem as suas cinco
chagas gloriosas e resplandecentes após o dia da sua ressurreição. Esta assim confirmada
através dos tempos, pois jamais um morto poderia suscitar tanta dedicação e renúncia.
Aos católicos que se deixam levar pelas fraquezas e desvios humanos a Igreja sempre
pregou a conversão, a mudança de vida e inúmeros foram os que de uma existência desregrada
se tornaram luminares como aconteceu com Santo Agostinho e tantos outros.