PAPA PEREGRINO NAS PEGADAS DE SÃO PAULO: MALTA DEFENDA VALORES CRISTÃOS COMO FEZ NO
PASSADO
Valletta, 17 abr (RV) - Bento XVI já se encontra em terras maltesas, onde foi
calorosamente acolhido. O Santo Padre iniciou poucas horas atrás a sua 14ª viagem
apostólica internacional, a 8ª pela Europa, que desta vez o levou à República de Malta.
O
Santo Padre se faz peregrino na ilha do Mediterrâneo, onde se encontra para celebrar
o aniversário de 1950 anos do naufrágio do Apóstolo Paulo nas praias da ilha maltesa.
O
Pontífice deixou o Vaticano às 15h locais, dirigindo-se de helicóptero para o aeroporto
internacional Leonardo da Vinci (Fiumicino), de onde partiu com sua comitiva para
Malta, a bordo de um Airbus A320 da companhia Alitalia; fazendo um percurso
de 770Km, com uma duração de uma hora e meia de viagem.
O avião papal chegou
ao aeroporto internacional maltês – situado na localidade de Luqa – pouco antes das
17h locais, onde teve lugar o primeiro ato da visita, ou seja, a cerimônia de boas-vindas
e os discursos do Pontífice e do Presidente.
Num clima de grande entusiasmo,
o Santo Padre foi recebido, entre outros, pelo Núncio Apostólico no país, Dom Tommaso
Caputo; sendo acolhido aos pés da escada anterior do avião pelo Presidente da República,
George Abela, acompanhado de sua consorte; bem como pelo Arcebispo de Malta e Presidente
da Conferência Episcopal Maltesa, Dom Paul Cremona; pelo Bispo de Gozo, Dom Mario
Grech. Além disso, encontravam-se presentes autoridades políticas e civis, os chefes
das Missões Diplomáticas e um grupo de fiéis.
Concluída a execução dos hinos
pontifício e maltês, tiveram lugar os discursos do Presidente de Malta e do Santo
Padre.
No discurso de boas-vindas dirigido ao Papa, o Presidente Abela ressaltou,
entre outras coisas, que o hino maltês é uma oração, destacando a grande tradição
cristã de Malta e recordando também as duas viagens que João Paulo II fez à ilha,
em 1990 e 2001.
Por sua vez, Bento XVI iniciou seu discurso expressando a alegria
dessa visita apostólica, indicando, em seguida, o objetivo da mesma:
"Para
mim é motivo de alegria estar hoje aqui em Malta entre vocês. Venho como peregrino
para adorar o Senhor e louvá-lo pelas maravilhas que aqui realizou. Ademais, venho
como Sucessor de São Pedro para confirmá-los na fé (cfr Lc 22, 32) e unir-me a vocês
na oração ao único Deus vivo e verdadeiro, na companhia de todos os Santos, inclusive
do grande Apóstolo de Malta, São Paulo. Embora minha visita seja breve, rezo para
que traga muitos frutos."
Saudando o Presidente, o Papa agradeceu-lhe por suas
gentis palavras de boas-vindas a ele dirigidas em seu nome e em nome do povo maltês.
Agradeceu ainda "pelo árduo trabalho do Presidente e do Governo para preparar a sua
visita, estendendo seus agradecimentos ao Premier, às autoridades civis e militares,
ao Corpo diplomático e a todos os presentes.
Em seguida, saudou as autoridades
eclesiásticas presentes, expressando seu afeto aos sacerdotes, diáconos, religiosos
e religiosas, e a todos os leigos confiados a seus cuidados pastorais.
Logo
depois, o Pontífice reiterou o motivo particular da sua visita pastoral:
"A
ocasião da minha visita a estas ilhas é o aniversário de 1950 anos do naufrágio de
São Paulo nas praias da ilha de Malta. São Lucas descreve esse evento nos Atos dos
Apóstolos (...) Alguém poderia considerar a chegada de São Paulo a Malta, mediante
um evento humanamente imprevisto, como um simples acidente da história. Todavia, os
olhos da fé nos permitem reconhecer nela a obra da Divina Providência."
Na
realidade – prosseguiu – Malta é uma encruzilhada de muitos dos grandes eventos e
dos intercâmbios culturais na história européia e mediterrânea, até os nossos dias.
Essas ilhas desempenharam um papel chave no desenvolvimento político, religioso e
cultural da Europa, do Oriente Médio e do Norte da África.
Portanto, segundo
os desígnios arcanos de Deus – observou – o Evangelho chegou a estas costas através
de São Paulo e dos primeiros seguidores de Cristo.
Bento XVI ressaltou que
a obra missionária trouxe muitos frutos ao longo dos séculos, contribuindo de inúmeros
modos para plasmar a rica e nobre cultura de Malta.
O Santo Padre frisou que
Malta "contribuiu muitíssimo para a defesa do cristianismo, por terra e por mar",
e que também hoje deve continuar "desempenhando um válido papel nos debates atuais
sobre a identidade, a cultura e as políticas européias".
O Pontífice expressou
ainda a sua satisfação pelo compromisso do Governo maltês em projetos humanitários
de grande alcance, especialmente na África.
Concluída a cerimônia de boas-vindas,
o Papa deixou o aeroporto transferindo-se de papamóvel para o Palácio dos Grandes
Mestres, em Valletta – capital maltesa – para uma visita de cortesia ao Presidente
da República.
Durante o trajeto de 10km até o Palácio presidencial, o Santo
Padre foi calorosamente saudado pela multidão de fiéis malteses que com aplausos e
vivas acenavam ao Papa.
O Presidente maltês acolheu Bento XVI no pátio interno
do Palácio, conduzindo-o à "Sala Verde", lugar onde houve a troca de presentes, seguindo
depois para a dependência adjacente, "Salão dos Embaixadores, onde teve lugar o encontro
privado.
Dali o Santo Padre se transferiu para a Igreja de São Paulo, em Rabat,
para a visita à Gruta de São Paulo para um momento de oração. Em seguida, Bento XVI,
do adro da igreja, dirige uma saudação à multidão de fiéis presentes na praça.
Concluída
a visita à Igreja de São Paulo, o Pontífice se transfere para a Nunciatura Apostólica,
em Rabat, onde jantará de forma privada e pernoitará.
Amanhã, domingo, segundo
e último dia da visita, o Santo Padre terá uma jornada cheia de compromissos, cujo
ápice terá lugar com a Missa das 10h locais na Praça dos Celeiros, em Floriana. (RL)