Roma, 16 abr (RV) – “Parecem palavras velhas para explicar a novidade das experimentações,
mas em síntese estamos retornando à seleção da raça humana”. Dessa maneira o Centro
do Ateneu de Bioética da Universidade Católica de Milão, comenta as novas experimentações
sobre embrião divulgadas nos dias passados.
Na Universidade de Newcastle na
Grã Bretanha foram obtidos embriões usando o patrimônio genético de três pessoas.
Para evitar a herança de doenças mitocondriais foi, de fato, transferido o núcleo
do ovócito de uma mulher para o de outra mulher cujo DNA mitocondrial é são, junto
com o DNA dos gametas masculinos.
“Em nome da presumível saúde das novas gerações
– lê-se em uma nota do Centro Ateneu de Bioética – fabricam-se e se destroem embriões
experimentando novos coquetéis genéticos. É inquietante a miopia ética, seja de quem
autoriza essas pesquisas, seja de quem as pratica. Sob o véu da saúde se pode realizar
qualquer ação e a eugenética de mercado se afirma tranquilamente na opinião pública”.
“Nenhuma sutil distinção teórica e nenhuma refinada linguagem científica – adverte
a nota – pode nos impedir de ver que estamos, de fato, minando os fundamentos, conseguidos
com fadiga, da idéia de um homem como sujeito que não pode ser nem produzido, nem
fabricado. A fábrica da saúde envolverá no futuro os homens entre os novos produtos
a serem controlados?” (SP)