DOM MIGLIORE: INACEITÁVEL CHAGA DA MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA NOS PAÍSES POBRES
Nova Iorque, 13 abr (RV) - O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, o Arcebispo
Celestino Migliore, em pronunciamento nesta segunda-feira, na sede do organismo internacional,
em Nova Iorque – no âmbito da 43ª Comissão sobre a população e o desenvolvimento –
afirmou que devem ser multiplicados os esforços para salvaguardar a saúde das mulheres
e das crianças nos países em desenvolvimento, combatendo o drama da desnutrição e
da mortalidade materna.
O prelado enfatizou que na atual crise econômica e
financeira as tendências demográficas, em constante diminuição em muitos países, são
parte do problema. Em poucas décadas a taxa de crescimento anual caiu de 7% para 1%
em diversas áreas do mundo – recordou Dom Migliore.
A crise demográfica, somada
ao envelhecimento da população, desdobrou-se "em efeitos devastadores para a economia
e a governação". A correção desse déficit de população com a imigração não parece,
porém, ser suficiente para resolver tais problemas, nem mesmo a curto prazo.
Portanto,
as políticas sociais e demográficas – acrescentou o Arcebispo – devem ser revistas
para favorecer os nascimentos. Outra prioridade é reduzir a mortalidade materna.
De
fato, todos os anos mais de 500 mil mulheres morrem, sobretudo nos países em desenvolvimento,
por causa de complicações na gravidez e no parto – recorda Dom Migliore. Com a morte
da mãe, a probabilidade de sobrevivência dessas crianças diminui de modo drástico
provocando a "desintegração de muitas famílias e obstáculos ao desenvolvimento local".
Além
disso, as doenças do aparelho digestivo e as doenças derivadas da desnutrição continuam
sendo as principais causas de morte para as crianças de diversas regiões do mundo.
Essas mortes são inaceitáveis, porque facilmente "evitáveis", observou o prelado,
acrescentando que nos países em desenvolvimento os programas que preveem tratamentos
especializados assegurados às mães e a suas crianças não são adequadamente financiados.
Dom
Migliore destacou que investimentos a longo prazo na formação podem levar para os
Estados em desenvolvimento importantes melhoramentos no âmbito da saúde. Mas a emigração,
inclusive de pessoas de competência médica, cria obstáculo para o melhoramento do
sistema de saúde nesses países.
Por fim, o Observador Permanente da Santa Sé
na ONU recordou que hospitais e clínicas católicas continuam na linha de frente em
muitos países em desenvolvimento, "na assistência básica de saúde, em particular para
os mais marginalizados da sociedade". (RL)