Havana, 12 abr (RV) - As “Damas de Branco”, esposas, mães e filhas de prisioneiros
políticos cubanos, denunciaram ontem a interrupção de uma das suas marchas de protesto
pela polícia, que as conduziu à força até suas casas, por não terem respeitado certas
restrições.
Tradicionalmente, após a missa dominical na igreja de Santa Rica,
o grupo manifesta nas ruas da cidade, chamando a atenção para a condição de seus familiares,
75 opositores cubanos presos em 2003 e condenados a penas de até 28 anos de prisão
por dissidência política. Elas se vestem de branco como símbolo de paz e levam sempre
gladíolos na mão.
Em declarações à Agência Efe, a líder do grupo, Laura Pollán,
disse que ela e outras quatro integrantes do grupo foram detidas antes de iniciar
a passeata por um oficial da segurança do Estado e uma mulher com uniforme da Polícia.
O
mesmo oficial, segundo Pollán, já a havia advertido, em sua casa, que não poderiam
fazer a manifestação sem uma ‘autorização’ da Polícia: “Ele nos disse que não podíamos
continuar caminhando e que não estávamos cumprindo com o estabelecido. Pedi que me
mostrasse um documento legal de restrição às Damas de Branco” - indicou.
A
dissidente explicou que, horas depois, quando saíram da missa, ela, Berta Soler e
Julia Núñez, esposas de três presos do grupo dos 75, assim como outras duas mulheres,
foram forçadas a subir em um ônibus por mulheres da Polícia e levadas de volta para
suas residências.
Além disso, ela acrescentou que seguidores do Governo expressaram
atos de repúdio às Damas de Branco, impedindo-as de chegar à igreja.
“Vamos
prosseguir o nosso combate de maneira pacífica porque as ruas de Cuba pertencem a
todos os cubanos e temos o direito de marchar livremente para onde quisermos” - disse
Berta Soler.
De acordo com um membro da Segurança do Estado, as “Damas de Branco”
deviam pedir autorização à polícia com 72 horas de antecedência para poderem manifestar.
(CM)