2010-04-11 12:57:35

Domingo "da Divina Misericórdia": ao meio-dia, em Castelgandolfo, Bento XVI comenta o Evangelho do dia. Recorda também a tragédia em que pereceram o Presidente polaco e comitiva e a Ostensão do Santo Sudário de Turim


(11/4/2010) Precisamente há dez anos, em Abril do ano 2000, aquando da canonização da Irmã Faustina Kowalska, João Paulo II decidiu que este segundo domingo da Páscoa fosse dedicado à Divina Misericórdia. Recordou-o Bento XVI, ao meio-dia, no habitual encontro com os fiéis e peregrinos, desta vez no pátio interior da residência de Castelgandolfo onde se encontra num breve período de repouso pascal.
Como costuma fazer nesta circunstância, o Papa comentou brevemente o Evangelho do dia, sublinhando que se trata de uma página evangélica “rica de misericórdia e de bondade divina”, com a manifestação do Senhor, a oito dias da Ressurreição e o episódio ocorrido com Tomé, que tinha duvidado da anterior aparição de Jesus Ressuscitado. “Como é possível que um discípulo possa duvidar? Na realidade, a condescendência divina permite-nos tirar proveito até mesmo da incredulidade de Tomé, que não só dos discípulos crentes. De facto, tocando as feridas do Senhor, o discípulo hesitante cura não só a sua desconfiança, mas também a nossa”.

Bento XVI fez ainda notar que “a visita do Ressuscitado não se limita ao espaço do Cenáculo”. Vai para além dele, para que todos possam receber o dom da paz e da vida com o “Sopro criador”. De facto, por duas vezes Jesus disse aos discípulos: “Paz a vós!”, acrescentando: “Como o Pai me mandou, também eu vos envio. E dito isto, soprou sobre eles dizendo: “Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, serão perdoados; àqueles a quem não perdoardes, não serão perdoados”. “É esta a missão da Igreja perenemente assistida pelo Paráclito: levar a todos a boa nova, a jubilosa realidade do Amor misericordioso de Deus, para que – como diz São João – acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome”.

O Papa encorajou em particular os Pastores da Igreja a “seguir o exemplo do santo Cura d’Ars, que no seu tempo soube transformar o coração e a vida de tantas pessoas, porque conseguiu fazer-lhes sentir o amor misericordioso do Senhor. Urge também no nosso tempo tal anúncio e idêntico testemunho da verdade do Amor”.

Nas saudações, em diversas línguas, após o canto da antífona mariana deste tempo pascal (Regina Coeli), Bento XVI, dirigindo-se em polaco aos peregrinos da Polónia, evocou com grande pesar a trágica morte do Presidente da República e sua comitiva. O Papa recordou que pereceram na viagem a Katyn, local do suplício de milhares de oficiais militares polacos, assassinados há setenta anos. “Todos confio ao misericordioso Senhor da vida”.

Também nas palavras pronunciadas em italiano Bento XVI fez idêntica referência ao “trágico desastre aéreo” de Smolensk, em que “perecerem o presidente da Polónia, a esposa, diversas altas autoridades do Estado polaco e todo o séquito, incluindo o arcebispo Ordinário Militar”. “Exprimindo as minhas profundas condolências, de coração asseguro preces de sufrágio pelas vítimas e de apoio para a amada Nação polaca”.

Bento XVI recordou, finalmente, que teve ontem início, em Turim, a solene ostensão do Santo Sudário. “Também eu, se Deus quiser, no próximo 2 de Maio ali me deslocarei a venerá-lo” – declarou.

“Congratulo-me com este acontecimento, que mais uma vez está a suscitar um vasto movimento de peregrinos, mas também estudos, reflexões e sobretudo um extraordinária chamada ao mistério do sofrimento de Cristo. Faço votos de que este acto de veneração ajude todos a procurarem o Rosto de Deus, que foi a íntima aspiração dos Apóstolos, como também a nossa”.








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