Brasília, 11 abr (RV) - Ribeirinhos e indígenas do Xingu e a cidadania protestam
amanhã, 12 de abril, contra os grandes projetos hidrelétricos, especialmente a Usina
de Belo Monte.
Cerca de 700 integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens
(MAB) de diversos estados, lideranças do Parque Indígena do Xingu, ribeirinhos e indígenas
de Altamira convidam para a concentração, na Torre de Televisão, às 8h.
A
passeata contra os grandes projetos hidrelétricos do governo percorrerá a Esplanada
dos Ministérios - Ministério do Meio Ambiente, Congresso Nacional, Ministério da Justiça,
Ministério das Minas e Energia, Ministério da Indústria e Comércio e ANEEL.
A
intenção do protesto é pedir o cancelamento da Licença Prévia e do Leilão de Belo
Monte, marcado para o dia 20 de abril. O movimento quer também o deferimento das Ações
Civis Públicas do Ministério Público Federal no Pará, ajuizadas na última quinta feira
(8/4), que relatam inúmeras inconstitucionalidades no processo de licenciamento da
obra.
O ato é convocado por: Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),
Movimento Xingu Vivo para Sempre, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia
Brasileira (Coiab), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Instituto Socioambiental
(ISA), Rede Brasil e a ONG Amigos da Terra - Amazônia Brasileira.
Atingidos
por barragens de 15 estados brasileiros estão reunidos desde do dia 8 de abril, em
Brasília, para o Encontro Nacional da Juventude – pelos direitos dos atingidos por
barragens e por um projeto energético popular. O evento, organizado pelo MAB (Movimento
dos Atingidos por Barragens), está sendo realizado no Centro Comunitário Athos Bulcão,
na Universidade de Brasília (UnB).
Na abertura do encontro, dezenas de representantes
de movimentos sociais, entidades, sindicatos e governo estiveram presentes. Também
esteve presente Dom Tomás Balduíno, histórico lutador junto aos camponeses brasileiros.
O bispo mérito de Goiás lembrou a ação do Ministério Público Federal, que pediu a
anulação do leilão de Belo Monte, e toda a mobilização dos movimentos sociais na região
e no país contra esta barragem.
Segundo o bispo, Belo Monte é uma farsa para
satisfazer o interesse do grande capital, destruindo um santuário do Brasil em benefício
de meia dúzia de grandes empresas. (CM)