MULTIPLICAM-SE TESTEMUNHOS DE AFETO E SOLIDARIEDADE AO PAPA
Cidade do Vaticano, 10 abr (RV) - Diante dos contínuos ataques sobre a questão
dos abusos, multiplicam-se os testemunhos de afeto e solidariedade que chegam ao Papa.
"A
Igreja sempre perseguiu e deu indicações de máxima transparência e firmeza ao enfrentar"
o "crime" dos abusos contra menores: foi o que afirmou à Cnn o Arcebispo de Gênova
e Presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Cardeal Angelo Bagnasco. "Não
houve uma cultura do silêncio imposta ou pregada pela Igreja, em nenhum nível", acrescentou
o purpurado.
Perguntado sobre a existência de uma campanha orquestrada contra
o Papa, respondeu: "Certamente olho os fatos e parece que toda palavra, todo ato do
Santo Padre desagrade a certas pessoas ou em certos ambientes. Parece que os irrite.
É natural perguntar-se por qual motivo."
Também o Arcebispo de Perugia e vice-Presidente
da CEI, Dom Gualtiero Bassetti, se pronunciou afirmando no L'Osservatore Romano:
o Papa é uma "testemunha corajosa da verdade" e o mundo não tolera isso porque quer
assimilar a Igreja "para torná-la insignificante. Ao invés, ela permanece sendo consciência
crítica e fonte de segurança e esperança para aqueles que realmente aspiram o bem"
– disse.
Por outro lado – acrescenta – "a coragem de Bento XVI vai além, não
temendo indicar à Igreja também a realidade incômoda das faltas, das pobrezas e dos
escândalos de seus filhos". E o faz enfrentando o insulto e o desdenho de um mundo
dominado pela aparência.
O Papa "não pede a outros que carreguem a cruz: a
toma para si pessoalmente, a exemplo de nosso Senhor" – conclui Dom Bassetti.
O
prelado do Opus Dei, Dom Javier Echevarría, fala de uma "perseguição silenciosa"
que nos convida a retribuir "o mal com o bem" para sermos "mais alegremente fiéis
e mais apostólicos".
Por sua vez, o Prefeito emérito da Congregação das Causas
dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, define os ataques como "uma grave injustiça
e, sem dúvida, uma ofensa à honestidade intelectual e à verdade histórica".
"Os
padres que cometeram esses crimes abomináveis são uma parte infinitesimal e é justo
que paguem – disse – mas agora querem mostrar a Igreja Católica por aquilo que não
é."
Por fim, o bispo emérito de Acerra – sul da Itália – Dom Antonio Riboldi,
protagonista da luta contra a camorra, explicou que "mais que contra a pedofilia,
se quer combater a Igreja e atingir o Papa para desmoralizar os fiéis".
"A
Igreja sempre foi combatida – disse. Mas se trata de um ataque que fracassará; aliás,
as pessoas reagem positivamente porque são inteligentes e entendem que estamos diante
de uma perseguição." (RL)