SOLIDARIEDADE AO PAPA: IGREJA COMPROMETIDA EM ENFRENTAR ESCÂNDALO DA PEDOFILIA
Cidade do Vaticano, 09 abr (RV) - Multiplicam-se expressões de proximidade
e solidariedade a Bento XVI, provenientes não somente do mundo católico. Cada vez
mais ressaltam a linha firme de Joseph Ratzinger para contrastar o grave escândalo
da pedofilia na Igreja.
De fato, cada vez mais também expoentes não-católicos
atestam solidariedade ao Papa. O intelectual judeu Jon Juaristi escreveu no diário
espanhol Abc que "não precisa ser necessariamente católicos" para compreender o verdadeiro
motivo dos ataques à Igreja: expulsar os católicos da esfera pública.
E o ex-Prefeito
de Nova Iorque, Ed Koch, afirmou no diário israelense Jerusalem Post que os "contínuos
ataques da mídia" contra o Papa e a Igreja "se tornaram uma manifestação de anticatolicismo".
A sequencia de artigos "sobre os mesmos eventos – reitera Koch – não é mais voltada
a informar, mas simplesmente a punir".
A "veemência contra Bento XVI" – observa
por sua vez o fundador da Comunidade romana de Santo Egídio e historiador Andrea Riccardi
– "é anterior ao Pontificado". A imagem de "duro inquisidor" que a mídia quis dar
do Cardeal Ratzinger preparou "o terreno a um impacto difícil, quase sempre crítico
em relação a este Papa".
A solidariedade ao Papa é expressa por cardeais, bispos,
sacerdotes e simples fiéis de todas as partes do mundo. Por trás dos "injustos ataques"
ao Papa existem "visões da família e da vida contrárias ao Evangelho", afirmou o Cardeal
Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, em visita ao Chile.
Opinião partilhada
pelos prelados do Vietnã, os quais observam que enquanto violências, abortos e divórcios
se difundem no mundo inteiro, alguns meios de comunicação dão atenção somente a abusos
sexuais cometidos por sacerdotes.
Por sua vez, o Cardeal indiano arcebispo
de Bombay, Oswald Gracias, destaca distorções e mentiras contra Bento XVI. Além disso,
o purpurado recorda, no L'Osservatore Romano, a sintonia entre João Paulo II e o então
Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger, ao enfrentar a situação
dos abusos com seriedade e firmeza.
Daí, o paradoxo de um ataque desfechado
contra Wojtyla e Ratzinger, que dotaram a Igreja de instrumentos mais eficazes para
enfrentar o escândalo da pedofilia.
Também o Arcebispo de Nápoles, Cardeal
Crescenzio Sepe, expressa a sua solidariedade ao Papa.
O purpurado ressalta
que até mesmo um só caso de abuso de sacerdotes contra menores "já seria muito". E,
todavia, denuncia "a inconsistência dos ataques" a Bento XVI, que se mostra "inflexível"
em relação a essa "gravíssima chaga", como evidencia, em particular, o caso da Irlanda.
Também
o Cardeal Severino Poletto pede mais respeito pelo Papa. O Arcebispo de Turim constata
que todo dia tem uma nova edição sobre o assunto, mas a Santa Sé demonstrou que as
coisas não foram nem camufladas nem diminuídas.
Por sua vez, respondendo a
algumas notícias, um comunicado do Vicariato de Roma ressalta que o Cardeal Agostino
Vallini, na época Bispo de Albano (a cerca de 30Km de Roma), interveio com tempestividade
no caso de presumíveis abusos contra menores praticados por parte de um sacerdote,
não pertencente ao clero diocesano, que desempenhava seu ministério sacerdotal em
Pomezia.
O sacerdote – lê-se na nota – "foi imediatamente suspenso a divinis
e foi pedido ao legítimo superior a sua imediata transferência para outra sede, sem
o exercício do ministério". A decisão – ressalta o comunicado – "suscitou fortes reações
na população de Pomezia contra o Bispo pela providência adotada, considerada excessivamente
severa", mas Dom Vallini "manteve a sua decisão". (RL)