Juiz de Fora, 09 abr (RV) - “Louvai o Senhor porque Ele é bom, porque eterna
é sua misericórdia.”
Os apóstolos reuniram-se a portas fechadas, com medo dos
judeus. Faltava-lhes fé e coragem. Foi então que Jesus apareceu e se pôs no meio deles.
Ele cria uma nova humanidade, que nasce do Espírito do Cristo ressuscitado. A presença
do Espírito Santo é sempre assinalada pela paz. É a divina misericórdia que vem em
nosso auxílio porque sabe que somos frágeis e inseguros. Jesus ressuscitado está presente
na comunidade, dando início à nova criação. Os cristãos sentem a sua presença na ação
do Espírito que os move à implantação do Projeto de Deus na história.
Toda
a nossa vida de cristãos está sob o sinal do Espírito recebido no Batismo e na Crisma,
o nosso Pentecostes. Devemos amadurecer os “frutos do Espírito”: amor, paz, alegria,
paciência, espírito de serviço, bondade, confiança nos outros, mansidão.
Não
devemos esperar uma transformação milagrosa. O Espírito Santo age como uma pequena
semente plantada em nosso coração: cresce lentamente, sem estardalhaço, mas produz
frutos abundantes.
Diante das dificuldades, o risco de abandonar a fé é grande.
Mas a comunidade, celebrando o memorial de Cristo, sente-o presente como aquele que
é o Senhor da história e juiz universal.
Por isso, não deve temer, ao dar testemunho,
mesmo que tenha de suportar as mais duras perseguições.
Os apóstolos, mais
seguros com a presença de Cristo ressuscitado, souberam enfrentar, por causa do anúncio
de sua palavra, o exílio e a morte.
Todos nós, fiéis católicos, que cremos
nesta presença de Cristo entre nós (“E eis que estarei convosco todos os dias, até
a consumação dos séculos”) devemos nos munir de coragem e força para viver e anunciar
a Palavra ao mundo.
+ Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito de Juiz
de Fora(MG)