Paz, solidariedade, desenvolvimento, diálogo, no apelo dos bispos do Senegal por ocasião
do 50° aniversário da Independência do país.
(7/4/2010) "Os senegaleses devem tornar –se artesãos da paz, abrir novos caminhos
de solidariedade, favorecer o desenvolvimento integral da pessoa humana e prosseguir
no diálogo inter-religioso": é o apelo lançado pelos bispos do Senegal numa mensagem
por ocasião do 50° aniversário da Independência do país. Este ano a celebração
coincidiu com o Domingo de Páscoa e os bispos esperam que tal coincidência possa dar
uma esperança renovada à população, confirmar um clima de paz e marcar o início de
uma nova era. Traçando um balanço dos primeiros cinquenta anos de independência,
os bispos sublinham os resultados positivos no sector da educação, da saúde e melhorias
no fornecimento de energia eléctrica . A busca e a manutenção da paz estão no centro
da mensagem dos bispos: "sem a verdade não pode existir nem a paz nem a justiça.
Com a verdade é possível reconhecer as injustiças e corrigi-las" – frisam eles. Os
bispos senegaleses afirmam que fundamental nesta perspectiva é a educação para a paz,
a tolerância, a unidade e o diálogo. "O melhor antídoto contra a intolerância religiosa
mundial é um diálogo permanente e sincero com as várias religiões, sobretudo com o
Islão" – lê-se no texto. Os bispos salientam a importância do respeito e da promoção
da pessoa humana a fim de construir um desenvolvimento harmonioso, a paz sustentável
e a harmonia social. Os prelados senegaleses condenam as injustiças económicas
, a corrupção, a impunidade, a violência, o perdurar de graves problemas nos ambientes
urbano e rural, tudo agravado por regras impostas pelas instituições financeiras internacionais,
pela falta de compromisso do Estado e por privatizações perigosas. Os bispos concluem
a nota, deplorando o perdurar do conflito na região de Casamance, no sul do país,
que denota falência quando se faz recurso à violência como instrumento para resolver
problemas políticos e sociais.