Cidade do Vaticano, 06 abr (RV) - “A Igreja não é uma multinacional”: foi o
que recordou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, em
entrevista ao jornal argentino La Nación sobre os casos de pedofilia envolvendo membros
do clero, na qual sublinhou que “o governo de Roma é um serviço à unidade da Igreja,
que oferece indicações”. “Não se podem imputar a Roma as responsabilidades concretas
das autoridades locais”, acrescentou, precisando por sua vez, que “existe uma cultura
geral, como também uma natural vergonha, a não tornar público essas coisas e tratá-las
de modo privado”.
“As diferentes conferência episcopais deram início a medidas
para mudar a situação. A maioria dos casos que vieram à tona ocorreu 30 anos atrás,
enquanto nos dias de hoje – acrescentou – a situação melhorou sensivelmente, em parte
porque os critérios de seleção e formação dos candidatos ao sacerdócio melhoraram”.
O
Papa “está agindo com transparência” e é o “paladino de como enfrentar essas situações,
desde quando era o responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé, período no
qual, em 2001, deu início a uma nova legislação”. À pergunta se acredita em uma conspiração
contra o Papa, Padre Lombardi afirma: “Quem está dando aos meios de comunicação os
documentos? Os advogados das vítimas. Conspiração? Vocês podem chamar como desejam,
mas existem advogados que estão passando aos meios de comunicação documentos sobre
seus casos para ganhar dinheiro. E meios de comunicação que divulgam os casos mais
polêmicos sem aprofundar o tema”. (SP)