São Salvador, 05 abr (RV) - A Igreja Católica pediu ontem que El Salvador comece
uma vida nova, depois de 40 anos de ‘luto e morte’. O país sofreu uma guerra civil,
entre 1980 e 1992, na qual morreram pelo menos 75.000 pessoas.
“Comecemos uma
vida nova em Cristo hoje mesmo” – clamou o Arcebispo de São Salvador, Dom José Luis
Escobar Alas, em coletiva de imprensa depois da Eucaristia de ontem, dia da Ressurreição
do Senhor.
“Os salvadorenhos viveram 40 anos de grande violência a partir de
1970. Até 1980, houve a pré-guerra; de 80 a 90 a guerra em si, e de 92 a 2010, a pós-guerra.
Podemos dizer que foi uma longa Quaresma” – completou.
Dom José Luis indicou
que foram “40 anos de violência, de dor, de sangue, vingança, luto e morte”. “É tempo
de começar uma vida de ressurreição. Quero convidar todos a rezar pelo Senhor e peçamos
a Cristo ressuscitado que conceda a todos os salvadorenhos a graça de iniciar o tempo
de ressurreição” - acrescentou.
A guerra civil em El Salvador, antecedida por
décadas de ditadura militar e repressão, causou entre 1980 e 1992 ao menos 75.000
mortos, a maioria civis, 8.000 desaparecidos e 12.000 exilados.
Em 16 de janeiro
de 1992, a Administração do presidente Alfredo Cristiani e a então guerrilha da Frente
Farabundo Martí para a Libertação Nacional (FMLN), hoje partido de Governo, puseram
fim à guerra com a assinatura dos acordos de Chapultepec (México), negociados com
a mediação da ONU.
Ante a violência que domina o país centro-americano, onde
se registra uma média de 13 homicídios por dia, Dom Escobar Alas assinalou que “deve
haver um esforço por parte de todos para enfrentar este flagelo”. (CM)