PREGADOR DO PAPA: HOMENS PEÇAM PERDÃO ÀS MULHERES POR VIOLÊNCIA
Cidade do Vaticano, 03 abr (RV) - Ontem à tarde, na Basílica de São Pedro,
o Papa presidiu a celebração da Paixão do Senhor. No rito, o franciscano capuchinho
Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia desde 1980, proferiu a homilia.
Sentado, olhando para baixo, Bento XVI ouviu Frei Cantalamessa recordar que
“com a cruz, Cristo inverteu a lógica da violência, derrotando-a. Inaugurou um novo
gênero de vitória, que não consiste em fazer vítimas, mas sim em fazer-se vítima.
No entanto, a violência continua a predominar nas relações humanas, dos poderosos
contra os fracos e infelizmente, no ambiente onde deveria reinar o respeito recíproco
e o amor: na relação entre marido e mulher”.
Insistindo na gravidade da violência
contra a mulher, o pregador capuchinho refletiu que “esta é uma ocasião apropriada
para levar as pessoas e instituições que lutam contra essa violência à compreensão
de que Cristo é seu melhor aliado”.
“Quando se abandona a visão cristã, perde-se
esta conquista e volta-se a exaltar o forte, o poderoso”.
“Infelizmente,
porém, a mesma cultura contemporânea que condena a violência, por outras vezes, a
favorece e exalta. Nos escandalizamos diante de certos fatos violentos, mas não nos
damos conta de que se prepara o terreno para que estes ocorram justamente com aquilo
que é anunciado nas páginas dos jornais ou nos programas de televisão”.
No
dia em que decorreram cinco anos da morte de Karol Wojtyla, o pregador propôs, a exemplo
de João Paulo II, uma petição de “perdão por erros coletivos”, o perdão que uma metade
da humanidade deveria pedir à outra metade, os homens às mulheres:
“Esse pedido
não deve permanecer genérico ou abstrato. Deve levar a gestos concretos de conversão,
a palavras de desculpas e de reconciliação no seio da família e da sociedade”. (CM)