Da Cruz do Senhor, amor sem limites, brota a graça, a salvação, a paz: Bento XVI no
final da Via Sacra do Coliseu de Roma
O amor que Deus nos tem - e nos deu sobre a Cruz - é a única força capaz de transformar
o mundo. Sabemos que é precisamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites, que está
a nascente da graça, do libertação, da paz, da salvação: palavras de Bento XVI, nesta
Sexta-Feira Santa, na conclusão da Via Sacra do Coliseu de Roma.
“Desde quando
Jesus desceu ao sepulcro, o túmulo e a morte já não são um lugar sem esperança, onde
a história se conclui na falência total, onde o homem toca o extremo limite da sua
impotência” – observou o Papa. “A Sexta-Feira Santa é o dia da esperança maior, a
esperança que maturou na Cruz”.
“Jesus é o grão de trigo que cai na terra,
se rompe, morre e por isso pode dar fruto. Desde o dia em que Cristo aí foi elevado,
a Cruz, que aparece como o sinal do abandono, da solidão, da falência – tornou-se
um novo início: da profundidade da morte se eleva a promessa da vida eterna. Na Cruz
brilha já o esplendor vitorioso da alva do dia de Páscoa”.
“No silêncio que
envolve o Sábado Santo – observou ainda o Papa – tocados pelo amor ilimitado de Deus,
vivemos na expectativa do amanhecer do terceiro dia, a alva da vitória do Amor de
Deus, o alvorecer da luz que permite aos olhos do coração ver de modo novo a vida,
as dificuldades, o sofrimento”.
“Os nossos insucessos, as nossas desilusões,
as nossas amarguras, que parecem marcar o desabar de tudo, estão iluminados pela esperança.
O Pai confirma o acto de amor da Cruz, e a luz resplandecente da Ressurreição tudo
envolve e transforma: da traição pode nascer a amizade; do renegamento, o perdão;
do ódio, o amor”. Ao longo do percurso da Via Sacra no Coliseu de Roma , a cruz
foi levada, entre outros, por uma família, um doente, dois haitianos, dois iraquianos,
uma vietnamita e uma congolesa, para além de dois franciscanos da Custódia da Terra
Santa. No final, o Cardeal Agostino Vallini, vigário papal para Roma, entregou-a
a Bento XVI.