Cidade do Vaticano, 31 mar (RV) - O Evangelho de Mateus nos relata a traição
de Judas e o anúncio que Jesus faz de sua própria morte. O evangelista se serve da
última ceia como cenário de seu relato.
Nos preparativos da Páscoa, enquanto
os outros discípulos se preocupam com o local do jantar, Judas se encontra com os
sumos sacerdotes para vender Jesus, o verdadeiro Cordeiro Pascal. “Ao cair da tarde”
todos estão reunidos no Cenáculo para a celebração pascal. Jesus anuncia que um deles
o irá trair. Judas Iscariotes pergunta a Jesus se, por acaso, será ele, e o Mestre
responde: “Tu o dizes”.
Esse “Tu o dizes”, que aparentemente pode ser interpretado
como uma devolução da pergunta, também pode ser entendido como uma oportunidade dada
por Jesus a Judas para que reflita sobre o que está fazendo, para que tome consciência.
Judas, traindo o Mestre, realizará um ato livre, consciente e desejado por ele mesmo.
Será um “não” à amizade do Senhor. Reflitamos a ação de Jesus. Sabe que está sendo
traído por um discípulo, que será negado por outro e abandonado pelos demais. Contudo,
o Senhor se mantém fiel ao seu propósito de, livremente, dar sua vida em redenção
de todos. Será um “sim” irrevogável ao Pai, apesar de toda a paixão que se avizinha.
Judas
o trai com um gesto de amizade, um beijo! Inicia-se, a partir daí, o sacrifício redentor
de Cristo. Celebremos com intensidade, nos próximos Dias Maiores do Tríduo Pascal,
a Paixão e Morte do Senhor, para celebrarmos com alegria a sua Ressurreição.