2010-03-31 12:21:44

HAITI: ONU PEDE A SOLIDARIEDADE DO MUNDO


Nova Iorque, 31 mar (RV) - A sede das Nações Unidas hospeda hoje e amanhã a Conferência que reúne os países doadores para o Haiti. O objetivo do encontro é impulsionar política econômica do país, após 30 anos de estagnação e depois da destruição provocada pelo sismo.

Para isso, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indicou que quer angariar pelo menos 3,8 mil milhões de dólares.

Uma nota ontem divulgada pela missão da União Européia em Nova Iorque antecipa que a principal meta da conferência é assegurar as dotações para recuperação e reconstrução do Haiti através de contributos de todas as fontes - públicas, privadas e instituições não governamentais e multilaterais.

Entretanto, o UNICEF (Fundação da ONU para a Infância), com as organizações não-governamentais Save the Children, SOS Children's Villages International, Plan International, World Vision International e Oxfam sublinharam a importância de assegurar que as crianças, jovens e suas famílias estejam no centro de todos os esforços de reconstrução.

As organizações humanitárias que se dedicam às questões relativas à infância reiteram que é crucial proporcionar aos mais jovens cidadãos do Haiti “uma voz forte” no debate sobre o futuro de seu país.

Já antes da tragédia de janeiro, as exigências de grande parte das crianças e jovens haitianos estavam bem longe de ser atendidas: a mortalidade infantil é a mais elevada da América Latina, e a desnutrição é comum. Cerca de metade das crianças não freqüentava escolas.

Hoje, mesmo com a intenção de dedicar atenção preferencial aos mais jovens, a capacidade de ação do governo é dramaticamente limitada, devido aos efeitos do terremoto.

Para mais de um milhão de crianças que já viviam na indigência somam-se hoje os riscos provocados por traumas, pela perda de familiares, deslocamentos forçados, ameaças como violência, desnutrição e enfermidades.

Num recente estudo de avaliação de riscos pós-catástrofe junto de mais de mil crianças, muitas disseram que a sua prioridade era regressar à escola e prosseguir a sua escolaridade logo que possível.

As crianças e adolescentes menores de 15 anos constituem quase 40% da população no Haiti e os jovens dos 15 aos 24 representam outros 20%.

É preciso que a comunidade internacional dê a sua resposta, a fim de que o Haiti seja um lugar aonde as crianças e suas famílias possam viver e não apenas sobreviver. Os jovens haitianos são o recurso mais importante para o resgate deste país.

Outro apelo provém dos Médicos sem Fronteiras (MSF) que pedem o compromisso de todos para fornecer a longo prazo cuidados médicos gratuitos à população haitiana. A ONG teme que as autoridades do Haiti voltem a cobrar os tratamentos. (CM)







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