Roma, 26 mar (RV) - O Secretário da Comissão para as Comunicações Sociais da
Conferência Episcopal do Paquistão, Padre John Shakir Nadeem, assinalou que em algumas
áreas do país os cristãos “são tratados como animais” diante de “um governo fraco,
submetido à chantagem dos extremistas”, e precisou que a solução para tal situação
é “a democratização real do país”.
Conforme assinala à agência vaticana Fides,
o também Diretor da Rádio Veritas e do Centro televisivo “Rabita Manzil”, em Lahore,
alguns fiéis vivem “em condições de escravidão, ou submetidos a moléstias, violências
e conversões forçadas” em meio a uma “islamização crescente, à difusão de grupos fundamentalistas,
um quadro normativo que consente e legitimava discriminações e também perseguições,
um governo débil, submetido à chantagem dos extremistas”.
Do mesmo modo, Padre
Nadeem aludiu ao tema das conversões forçadas ao Islã deploradas pela Comissão Nacional
para os Direitos humanos do Paquistão que registrou nos últimos 9 anos 50 casos de
conversões forçadas ao Islã no país.
“A porcentagem oficial é menor em relação
à incidência real dos casos. Somente pouquíssimos casos de violência e de intimidações
são assinalados à comissão, porque com freqüência os cristãos têm medo. A mesma Comissão,
além disso, confronta as pressões dos extremistas e tem assim decididamente pouco
poder”, indicou.
O Sacerdote paquistanês denunciou ainda o “difundido fenômeno
de seqüestro de jovens cristãs com ameaças de morte às famílias mais pobres” e advertiu
sobre a situação dos cristãos nas cidades onde, apesar de viverem “reunidos em zonas
chamadas ‘colônias’”, estão expostos aos ataques terroristas contra as igrejas e os
bairros cristãos”.
“Nas aldeias remotas, zonas rurais, a situação não é muito
diversa: grupos cristãos afastados, freqüentemente pobres, marginados e analfabetos,
sofrem a opressão da maioria muçulmana: os outros cidadãos se aproveitam deles e realizam
prepotências levando muitas vezes à escravidão ou ao homicídio”, assinalou.
Diante
desse panorama, o Padre Nadeem afirmou que “a única solução para tais problemas é
a democratização real do país, que garanta os direitos humanos para todos. Por isso
urgem as pressões internacionais”. (SP)