PAPA A BISPOS ESCANDINAVOS: DEFENDER A VIDA E PROMOVER O VALOR DA FAMÍLIA FUNDADA
NO MATRIMÔNIO
Cidade do Vaticano, 25 mar (RV) - A defesa da vida e da família fundada no
matrimônio e a importância da religião para o bem comum: foram os temas que nortearam
o discurso de Bento XVI aos bispos dos países escandinavos em visita "ad Limina",
recebidos na manhã desta quinta-feira no Vaticano.
Ademais, neste Ano Sacerdotal,
o Papa encorajou os presbíteros a seguirem o exemplo do Cura d'Ars. A saudação ao
Santo Padre foi feita pelo Bispo de Estocolmo, na Suécia, e Presidente da Conferência
Episcopal da Escandinávia, Dom Anders Arborelius.
Bento XVI pediu aos bispos
escandinavos que recordem, em primeiro lugar, "a centralidade da família para a vida
de uma sociedade sadia".
Infelizmente, "nos últimos anos vimos um enfraquecimento"
da instituição matrimonial e da visão cristã da sexualidade, "que tão longamente serviram
como fundamento das relações pessoais e sociais da sociedade européia" – ressaltou.
Em
particular, o Pontífice afirmou que as crianças têm o direito de crescer dentro de
um contexto matrimonial:
"É através da segura e reconhecida relação entre os
seus pais" – disse o Papa – que "as crianças podem descobrir a própria identidade"
e conseguir o seu desenvolvimento humano. Numa sociedade, com uma longa tradição de
defesa dos direitos humanos – prosseguiu – se esperaria que fosse dada prioridade
a tal direito das crianças. Sobretudo diante de supostos direitos dos adultos de "impor-lhes
modelos alternativos de vida familiar" e de um "presumível direito ao aborto". É do
interesse de todos – disse ainda – "e especialmente dos jovens, defender e promover
uma vida familiar estável".
"Dentro do rebanho de vocês – foi a exortação do
Papa aos bispos escandinavos – o cuidado pastoral com as famílias e com as necessidades
dos jovens deve ser levado adiante com vigor", especialmente em favor daqueles que
sofreram os efeitos da crise econômica. E fez votos de que seja mostrada uma particular
sensibilidade naqueles casos de matrimônios nos quais somente um dos dois membros
do casal é católico.
Em seguida, Bento XVI ressaltou o papel da religião na
formação da opinião pública e ao influenciar as decisões em favor do bem comum.
Em
particular, o Papa recordou com satisfação a instituição do "Instituto Newman", em
Uppsala, na Suécia, que assegura um justo espaço de ensinamento católico no mundo
acadêmico escandinavo.
Em seguida, o Santo Padre dirigiu um pensamento particular
aos sacerdotes:
"Neste Ano Sacerdotal – disse dirigindo-se aos bispos – deem
prioridade ao encorajamento e à ajuda a seus sacerdotes que, muitas vezes, devem trabalhar
em situações de isolamento um do outro e em circunstâncias difíceis para levar os
Sacramentos ao povo de Deus."
O Pontífice recordou que a comunidade católica
escandinava é pequena e se encontra difundida numa vasta área, e encorajou os presbíteros
da Escandinávia a seguirem o exemplo de São João Maria Vianney, "fonte de inspiração
e intercessão". E ressaltou que o Ano Sacerdotal é uma ocasião para "explorar mais
profundamente o significado e o papel indispensável do sacerdócio na vida da Igreja".
É
responsabilidade de vocês – disse Bento XVI aos bispos – "verificar" que os padres
estão sendo "bem preparados" para o seu sagrado ministério.
Por fim, o Papa
dirigiu um pensamento aos muitos imigrados, em particular do Oriente Médio, que fazem
parte da Igreja escandinava e que – disse – devem ser ajudados a integrar-se na sociedade
que os acolhe.
A Conferência Episcopal Escandinava compreende cinco países:
Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca e Islândia. Os católicos nesta área são uma
pequena minoria: não chegam a 3% da população. (RL)