Brasília, 25 mar (RV) - Encerraram-se no fim da tarde de ontem, 24, na Casa
de Retiros São Boaventura, em Brasília, os dois dias da Mesa de Diálogos da CNBB:
“Trabalho Escravo no Brasil hoje: O que fazer?”.
Para o Bispo Diocesano de
Abaetetuba (PA), Dom Flávio Giovenale, que participou do evento, “o encontro é um
passo para a contribuição da Igreja na luta contra o trabalho escravo no Brasil”.
Já o assessor da Pastoral Afrobrasileira da CNBB, Padre Ari Antônio dos Reis,
“a Igreja, juntamente com a sociedade, tem o papel de superar esse mal em primeiro
lugar compreendendo o que significa trabalho escravo hoje; em um segundo momento discutindo
a repressão e o enfrentamento, ou seja, como a Igreja pode contribuir nesses dois
aspectos, além de trabalhar a questão da reinserção dos trabalhadores que foram libertos
do trabalho escravo”. Segundo Padre Ari, a reinserção significa que existem pessoas
que continuam vulneráveis e excluídas da sociedade e que, por isso, continuam a cair
mãos do trabalho escravo.
O coordenador da Campanha da Comissão Pastoral da
Terra (CPT) Contra o Trabalho Escravo, Frei Xavier Plassat, destaca que o encontro
é uma forma de aumentar o grau de mobilização da Igreja no Brasil no combate ao trabalho
escravo: “A CNBB e a CPT estão nessa luta há muitos anos, iniciaram esse trabalho
há mais de 30 anos. Esse encontro reforça essa presença da Igreja nesse espaço. Para
os bispos presentes no encontro, a Igreja continua a ter o potencial de fazer pressão
de ações e de acolhida a essa causa”.
O encontro contou com a participação
de 10 bispos de nove estados do país onde o problema do trabalho escravo é mais acentuado,
além de sacerdotes e leigos engajados na causa e especialistas sobre o assunto. Logo
após o evento será preparado um documento com proposições de atuação da CNBB. (CM-CNBB)