Bangassou, 25 mar (RV) - “Os rebeldes deram prova de uma violência inaudita
contra pobres civis indefesos. Primeiro, feriram as pessoas, e depois, as mataram
com golpes de machado”. Essa a terrível narração do Bispo de Bangassou, sudeste da
República Centro-africana, Dom Juan José Aguirre Muños, à Agência Fides, na qual descreve
o ataque dos rebeldes ugandenses do LRA (Exército de Resistência do Senhor) contra
Agoumar, aldeia a dois quilômetros de Rafai, outra localidade atacada quinze dias
atrás.
“Os rebeldes do Exército de Resistência do Senhor chegaram a Agoumar
domingo, 21 de março, por volta das 14h – relata Dom Aguirre Muños. Eram cerca de
trinta, entre os quais 5 ou 6 mulheres. Vários deles tinham no máximo 17 anos. Mataram
de 18 a 20 pessoas, algumas das quais de modo bárbaro, a golpes de machado. Saquearam
tudo o que podiam, e fugiram, levando de 20 a 25 jovens consigo, como carregadores”.
“A população está terrorizada” – afirma o Bispo de Bangassou. “Fui obrigado a
mandar um carro para levar a Bangassou 5 irmãs congolesas aterrorizadas que administravam
uma escola na região; enquanto graças à coragem de Padre Kodian, franciscano polonês,
as pobres vitimas tiveram uma sepultura digna, porque as pessoas fugiram”.
Dom
Aguirre Muños diz que “os rebeldes do LRA agem nesta área na impunidade total. O exército
centro-africano não aparece, e o contingente militar enviado por Uganda há dois anos,
com o consenso das autoridades locais, foi transferido para uma área da fronteira
entre a República Centro-africana e o Sudão, estando, assim, longe demais para preocupar
os rebeldes”. (SP)