Família estável e atenção aos imigrantes: prioridades indicadas pelo Papa aos bispos
escandinavos
(25/3/2010) A “centralidade da família”, a pastoral juvenil e a promoção do clero
e da vida religiosa foram aspectos sublinhados por Bento XVI, recebendo nesta quinta-feira
os Bispos dos países escandinavos, no âmbito da respectiva visita “ad limina Apostolorum”.
Trata-se da Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia.
Congratulando-se
com o Congresso sobre a Família que terá lugar em Maio próximo na Suécia, Bento XVI
considerou “a centralidade da família para a vida de uma sociedade saudável” como
“uma das mais importantes mensagens que a população nórdica tem necessidade de ouvir”,
perante o “enfraquecimento do empenho a favor da instituição familiar, assim como
da compreensão cristã da sexualidade humana que por tanto tempo serviu de fundamento
para as relações pessoais e sociais na sociedade europeia”. Os filhos – advertiu o
Papa – têm o direito a virem ao mundo e a crescerem no âmbito do matrimónio.
“Em
sociedades com a nobre tradição de defender os direitos de todos os seus membros,
seria de esperar que a este direito dos filhos se desse prioridade, em relação a todo
e qualquer alegado direito dos adultos a impor-lhes modelos alternativos de vida familiar
e sem dúvida de qualquer suposto direito ao aborto”.
A família – sublinhou
ainda o Papa – é “o mais seguro promotor da coesão social e a melhor escola das virtudes
de autêntica cidadania”, pelo que “é do interesse de todos, em especial dos governos,
defender e promover uma vida familiar estável”.
Embora os católicos constituam,
nos países nórdicos, uma reduzida percentagem da população, tal não impede que muitos
não católicos sigam com atenção e respeito o que a Igreja diz sobre as diversas questões.
Nesse sentido, Bento XVI referiu com apreço a abertura do Instituto Newman, em Uppsala,
que em boa hora irá “proporcionar ao ensinamento católico o seu justo lugar no mundo
académico escandinavo, ajudando as novas gerações a adquirir uma compreensão adulta
e aprofundada da sua própria fé”.
Recordando que os imigrantes, nomeadamente
os provenientes do Médio Oriente, constituem em boa parte da população católica dos
países nórdicos, o Santo Padre sublinhou a importância que para eles revestem os esforços
visando a sua integração na sociedade que os acolhe, sem por outro lado perderem “os
mais preciosos elementos da sua própria cultura, a começar pela fé”.
No “Ano
Sacerdotal” em curso, Bento XVI não deixou de recomendar aos bispos escandinavos que
acompanhem devidamente os seus padres, tantas vezes a braços com o isolamento e outras
dificuldades ligadas à situação concreta das pequenas comunidades católicas destes
países.
A concluir, o Papa prestou homenagem “ao imenso contributo que desde
há muito os religiosos e religiosas têm dado à vida da Igreja” nestas terras, também
“abençoadas com a presença de um certo número de novos movimentos eclesiais, que fornecem
frescura e dinamismo à missão da Igreja”, na variedade dos respectivos carismas.