Brasília, 24 mar (RV) - A Câmara dos Deputados realizou ontem, 23, pela manhã,
no plenário Ulysses Guimarães, uma sessão solene pela abertura da Campanha da Fraternidade
Ecumênica 2010. A presidência da Câmara convidou a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) a celebrarem
a Campanha, aberta oficialmente no último dia 17 de fevereiro, em Brasília.
A
CNBB foi representada pelo bispo emérito de Duque de Caxias (RJ), Dom Mauro Morelli,
e pelo assessor político da Conferência, Padre Ernanne Pinheiro. Representando o Conic
esteve o secretário geral da instituição, reverendo Luiz Alberto Barbosa.
Segundo
o vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Maia (PT – RS), a sessão requerida pelos
próprios Deputados, mostra a importância que a Campanha da Fraternidade alcançou nestes
46 anos de existência. “A Campanha enfatiza a necessidade de que todos os cidadãos
compreendam que a economia e o desenvolvimento não podem ser maiores que o interesse
social. O respeito e a importância desta Campanha, que ao longo de décadas contribui
para formação da identidade solidária e cristã do povo brasileiro, faz com que nós,
Deputados, paremos tudo o que estivermos fazendo para reverenciá-la”, destacou o vice-presidente
da Câmara.
Analisando o passado das Campanhas da Fraternidade, o assessor político
da CNBB, Padre Ernanne Pinheiro, explica que essas sessões solenes, já tradicionais,
mostram a importância e os benefícios sociais que as CFs trazem à população. “São
sempre temas relacionados à vida e à dignidade humana. Quanto mais gente for atingida
por uma campanha, melhor. O que se percebe é que a Campanha da Fraternidade ganhou
uma dimensão muito grande e muito bonita, unindo o Brasil com a palavra e os ensinamentos
de Cristo”.
O deputado Geraldo Magela (PT-DF) destacou o esforço das igrejas
cristãs, pois elas tentam questionar o papel que o dinheiro tomou na vida das pessoas.
Para o Deputado, é preciso trazer esse debate para o mundo político, não apenas no
período da Campanha da Fraternidade. "Quando um político se enfraquece à tentação
do dinheiro, seja para si, seja para aplicar em políticas inadequadas, certamente
está sendo refém do dinheiro, e não está servindo nem as pessoas, nem a Deus", disse.
O
deputado Chico Alencar (Psol-RJ) destacou na campanha deste ano um questionamento
ao modelo econômico dominante. Para ele, as Igrejas cristãs pedem uma profunda revisão
dos valores atuais, de uma vida baseada no lucro, na acumulação de bens, e na exploração
do trabalho, que são as bases do capitalismo.
Para o deputado Luiz Carlos Hauly
(PSDB-PR), a reforma deve acontecer pelo acesso das pessoas à economia de mercado,
transformada numa economia de comunhão, que favoreça o pequeno produtor e a pequena
empresa. (CM-CNBB)