2010-03-24 12:11:35

CINEMA: O CENTENÁRIO DO MESTRE KUROSAWA


Tóquio, 24 mar (RV) - “Nasci no Japão por acaso” – dizia Akira Kurosawa. Como muitos grandes artistas, este insuperável mestre do cinema não foi profeta em sua pátria. Descendente de um clã de samurais, filho de um férreo administrador militar, ele nasceu em Tóquio no dia 23 de março de 1910, e “saiu de cena” em 1998, aos 88 anos, vítima de um derrame cerebral.

Kurosawa morreu sem saber se boa parte de seus compatriotas o admiravam. 55 anos de carreira, 32 filmes, inúmeros prêmios e a projeção que deu ao cinema japonês no exterior não foram suficientes a convencer seus detratores, que o definiam como um "cineasta de exportação" demasiadamente "ocidentalizado", que teria cometido o crime de renegar as tradições e os costumes japoneses.

Certamente, a obra de Akira Kurosawa, em seu conjunto, representa um encontro entre a cultura japonesa e diversas outras civilizações, inclusive a ocidental. Sem dúvida, foi o criador do Japão que melhor se comunicou com o público fora de seu país – e ao fazê-lo, incorporou a uma linguagem internacional do cinema elementos que, até então, eram operados apenas por cineastas e espectadores japoneses.

O centenário do maior representante do “jidai-geki” (filmes de samurai), está ganhando homenagens no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na capital paulista, a Sala Cinemateca inicia uma programação especial que rememora o Kurosawa do começo da carreira, nos anos 1940, e a etapa final. No Rio, o Instituto Moreira Salles promove a revisão da obra do diretor.

De sua filmografia, citamos "Céu e Inferno", "Os Sete Samurais", "Sanjuro", "Juventude sem Arrependimento", "O Anjo Embriagado", "Duelo Solitário" - conhecido como "A Luta Solitária" -, "Cão Danado", "Rashomon" “Kagemusha”, “O Trono de Sangue”, “Senhores da Guerra”.
(CM)







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