CARDEAL SANDRI: OCIDENTE INDIFERENTE À DISCRIMINAÇÃO DOS CRISTÃOS NO ORIENTE MEDIO
Cidade do Vaticano, 24 mar (RV) - Os cristãos na Terra Santa e Oriente Médio
estão sofrendo graves discriminações e o Ocidente tem sido indiferente diante disso.
Foi a denúncia lançada na iminência da Páscoa pelo Prefeito da Congregação para as
Igrejas Orientais, Cardeal Leonardo Sandri. Eis o que disse o próprio purpurado, nos
microfones da Rádio Vaticano:
Cardeal Leonardo Sandri:- "Não podemos
viver na indiferença diante do drama que muitos nossos irmãos cristãos estão vivendo,
a ponto de terem que ir para outro lugar em busca de encontrar condições de vida,
de paz, de serenidade para si e para os seus filhos. Eles têm o direito de continuar
vivendo na Pátria onde nasceram. Ali estão as recordações físicas, geográficas concretas
da passagem de Jesus de Nazaré entre nós, o Filho de Deus que se fez homem para a
nossa salvação. Não devemos ficar indiferentes, devemos buscar com todas as nossas
forças dar todo o apoio que podemos a esses nossos irmãos. Todos os anos se faz uma
coleta e a Sexta-feira Santa é o dia simbólico dessa coleta, que pode ser feita também
num outro dia. Mas o importante é que nós não podemos passar indiferentes como o levita
ou o sacerdote, quando encontraram pela estrada aquele homem que foi agredido pelos
ladrões, que foi espezinhado em sua vida, e quem o ajudou não era um judeu. Portanto,
não devemos ser indiferentes: que não passe diante de nós o drama da realidade do
Oriente Médio sem que haja da nossa parte uma resposta de generosidade e de sensibilidade,
porque é uma resposta de generosidade e de sensibilidade a Jesus Cristo."
P.
O senhor tem a esperança de que o Sínodo para a Oriente Médio, convocado pelo Papa
para se realizar em outubro próximo, possa sensibilizar a comunidade internacional
sobre o drama em que vivem os cristãos e os povos dessa região?
Cardeal
Leonardo Sandri:- "Sim, certamente, penso que será uma ocasião para chamar a atenção
da Igreja para essa região, sem dúvida. Faço votos de que esse Sínodo dê diretrizes
para a vida da Igreja, sobretudo baseadas no tema que o próprio Papa propôs para esse
Sínodo: "Comunhão e testemunho". Se nós vivemos a nossa vida cristã em comunhão com
Cristo e a testemunhamos coerentemente todos os dias, estamos transformando o mundo,
mesmo se somos um pequeno rebanho. A força de Deus opera mediante essa nossa identificação
com Jesus, e esse é o trabalho primário que as nossas Igrejas devem fazer, de modo
que o Sínodo seja verdadeiramente portador de crescimento da vida cristã em toda esta
área." (RL)